quinta-feira, 29 de julho de 2010

Eu e o anjo

Ele chegou embalado para presente e me foi entregue por mãos amorosas. Como sempre acontece quando recebo um presente fora das datas especiais, fiquei sem palavras, calada no meu encantamento.

Abri o pacote, já sabendo que veria um anjo. E ela – a minha sogra – me disse:
– Não sei se era um anjo assim que você queria. Mas eu gostei da carinha dele e comprei.

Não, aquele não era o anjo que eu tinha imaginado. Eu queria um anjo todo branco. Simples assim. Não digo que ele se destinava a ser apenas um enfeite, porque tenho cá a minha fé, mas digo que ficaria ótimo num certo canto da casa. Ainda bem que não recebi o anjo imaginado. O imprevisto tem mais beleza.

O anjo que ganhei conquistou o meu coração e outro canto. Agora fica aqui, ao meu lado, observando o meu trabalho. Suas vestes são brancas com detalhes dourados, um luxo limpo e iluminado. Numa mão, traz um bouquet de lírios e quase posso sentir o perfume exalando-se. Adoro lírios brancos. Na outra mão, o anjo carrega um papel que, para mim, é prenúncio de boas novas. As asas são puro acolhimento. Só de olhar, fico em paz. O rosto que, segundo a minha sogra, é sério, para mim, tem um quê de responsabilidade acrescida de suavidade.

Sim, eu viajei na imagem. E fui mais longe: procurei saber tudo sobre o Arcanjo Gabriel. Li que ele é o portador das grandes mensagens divinas aos homens. Fiquei me perguntando que sinal seria esse, porque, afinal de contas, acredito nos sinais que vem de lá. Sei lá porquê.

E se quase me constranjo por refletir tanto sobre o que, para muitos, seria apenas um objeto, acabo por concluir que o que vejo ali é o reflexo do que carrego. Projeto na resina endurecida a suavidade da minha alma. Se eu invento que ele me trará boas notícias, é porque, no fundo do meu coração, espero por elas, acredito que virão.

O que me resta dizer? Apenas que o presente inspirou os meus melhores pensamentos. Isso é muito. Isso é bom. E basta. Sou pela grata surpresa.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quando o afeto fala alto

Hoje, eu aprendi que daimoku é o termo utilizado para se referir à recitação do Mantra Sagrado Nam-Myoho-Rengue-Kyo e que, através dessa prática, elevamos nosso estado de vida, proporcionando a capacidade de enxergar o mundo com mais sabedoria, mais coragem e mais benevolência. Aprendi que esses atributos são essenciais para a superação de obstáculos e dificuldades.

Hoje, eu aprendi que nos momentos difíceis da vida podemos crescer, criando raízes fortes, inabaláves, porque o ponto de onde essas raízes partem é o coração.

Hoje, eu aprendi que a palavra coragem vem do latim cor, cordis, que significa coração. Então, invento que ser corajoso é agir, utilizando um potencial que vem de dentro, a voz do coração.

Hoje, eu pratiquei daimoku, imaginei raízes fortes para enfrentar as tempestades, sintonizei com o coração e posso afirmar que carrego um pouco mais de calma.

Mas, preciso confessar que, de tudo o que aprendi hoje, o mais importante foi que amizade torna o aprendizado mais nobre. Três amigas estiveram ao meu lado e, assim, me senti amparada, acolhida e fortalecida pelo afeto e pela atenção sincera. Deve ser por isso que o mantra ainda soa alto no meu coração.

Quer ouvir também? Clique aqui.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Flores e florais

Que primavera é essa? Não é, mas parece. A cidade está linda, os ipês estão floridos, a natureza cumpriu o seu ciclo. E eu me inspiro.

Um dia, eu disse para um amigo:
– Imagina a força que o ipê desprende no momento de explodir em tantos flocos cor de rosa!


Ele respondeu que nunca havia pensado nisso. Eu, que sobretudo medito, comparei com uma pessoa. Para exibir toda exuberância possível, há que se ter força na hora de florescer.

Deve ser por isso que voltei aos florais. E apostei alto: Boungainvillea, para criar tudo o que posso e Ageratum, para continuar sonhando.

Você vai ler no que vai dar.

Conheça outros florais de Minas aqui.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O estar e o meditar

Já escrevi aqui que, para mim, meditação é uma prática dinâmica. Medito enquanto me espreguiço sob os lençóis, medito andando, comendo, aspirando os cheiros da rua, ouvindo os sons do mundo e as confidências das pessoas. Meditação pode ser o tempo todo. Aí, encontrei o texto abaixo no blog Palavras de Osho, editado por pessoas que, certamente, sabem mais do que eu sobre o assunto. E pensamos parecido. Então, fica a dica:

"Meditação não é algo que você faça de manhã e pronto. Meditação é algo com o qual você deve viver cada minuto da sua vida.

Andando, dormindo, sentando-se, falando, escutando — ela deve se tornar uma espécie de clima constante. Uma pessoa relaxada permanece nesse clima. Uma pessoa que continua abandonando o passado permanece meditativa."


Estar presente: o começo do meditar.