segunda-feira, 24 de setembro de 2012

É primavera!

Umas coisas a gente muda, outras eterniza. Obra-prima é uma delas. Vai aí mais um trecho das Quatro Estações, de Vivaldi, para dar boas-vindas à primavera. Vale ouvir nem que seja um pouquinho.

http://youtu.be/rzPRSMSza6c
Por aqui, as árvores estão cheias de flores. O chão também, formando um dos tapetes mais bacanas que há. E eu fui lá pisar.

Acredito

Assistia ao videozinho meio desligada. Ouvia, anotava algumas palavras e não processava nada. É assim quando pesquiso assunto que não me interessa tanto, mas que será útil em algum trabalho. Então, anotei a frase:

"Quando mudamos aquilo que acreditamos, mudamos o que fazemos."
(Do vídeo "Quem mexeu no meu queijo")

Parei. Depois da atenção, a constatação: disso eu já sei. Mudar crenças leva, necessariamente, a mudanças de atitude.

E foi assim que aconteceu. Num domingo qualquer, trabalhando sem querer, sem nenhum planejamento, sem pensar sobre, sem programar o melhor dia, a melhor semana, resolvi que era hora de mudar. Não deu nem tempo de assustar.

Depois que decidi, vasculhei o meu desejo. Na raiz, achei insatisfação. Fez muito sentido, porque acredito que estar insatisfeita é o primeiro indício de movimento. Indo mais fundo na imaginária gaveta, encontrei sinceridade, afeto e antigas crenças – todas elas no prazo de validade. Acredito que, vasculhando, dei o passo preciso, definitivo para o começo.

Acredito em ideias que carregam novas atitudes:
Acredito que preciso de menos coisas para viver do que acho que preciso.
Que é bom andar mais leve pela vida.
Acredito que afeto nunca basta e para dar tem de sobra.
Sem esquecer que tambem é bom ter espaço para receber.
Acredito que é preciso ter tempo pra gente.
O tempo dos outros vem depois.
E pode virar festa sem convite.
Pois amizade boa acolhe o inesperado.
Acredito que trabalhar muito é perda de tempo.
Cobrar menos do que vale é desvalorizar o talento.
Cobrar o justo e trabalhar menos é escolha inteligente.
Acredito que fim de semana é para compartilhar e curtir.
Diferente do dia útil, que exige comprometimento.
Acredito que o computador não vira lixo em dois anos.
Nem o celular, nem o i-pod, nem o sapato amarelo, nem o tricot mais largo.
Roupa boa e que a gente gosta dura a vida toda.
Alimentação saudável é escolha inteligente.
Quebrar a regra também.
A verdade é libertadora.
Mentirinha para não ferir funciona até para o espelho.
Acredito que escrever é comprometer.

E você, acredita no quê?



terça-feira, 18 de setembro de 2012

Gotas inspiradoras

Ontem foi chá. Hoje também. Deu certo? Pode acreditar que sim. Não fui tomada por uma alegria arrebatadora, de quando tudo dá certo na vida. O bem-estar começa é com quietude e sossego. Aos poucos, as reclamações cessam, os pensamentos inglórios se calam e o silêncio se instala. Nessa coisa parada, algo se move, a vontade mais íntima de ir além. A gente vai, porque isso é o que de fato nos move na vida, a vontade secreta de seguir. Então, fui e cumpri meus compromissos com tranquilidade, mais calada e totalmente motivada. Isso faz muita diferença.

Hoje, já renovada, busco inspiração e a velha alegria criativa. Então, a ajuda é um bom floral: bougainville e calêndula, aristolóquia e, claro, rosmarinus (o bom amigo alecrim).
Se as gotas vão me inspirar? Talvez sim, talvez não. Mas só gastarei uns poucos reais e alguns segundos para tentar. Eu tento.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Em dias assim, chá de alecrim

Não é só porque é segunda-feira. Tem dia que a gente acorda assim, assim. Há um certo desânimo no ar, falta de vontade, alguma melancolia e uma incapacidade de ver sentido nos maiores esforços da vida. Otimista que sou, não paro no cinza. Vou logo buscar minhas ajudas. Hoje, o eleito foi o chá de alecrim. Uma xícara, depois outra, espero ser só alegria no final do dia.
O que dizem por aí:
Quem já tomou o chá de alecrim, sabe dos seus efeitos benfasejos! Quem nunca o tomou, não sabe o que está perdendo. Então, se você decidir, prepare um chá, sirva-se e verá quão suave é o seu gosto, o aroma é agradável e, a cada gole que se bebe, sente-se um bem-estar generalizado. Essa sensação de bem-estar vai se espalhando pelo corpo o que resulta em uma enorme quietude interior. A gente fica com uma impressão de que essa planta tem uma capacidade de nos transmitir o bom-humor, e, consequentemente, alegria.
 Fonte: http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/investigative-medicine/1773643-ch%C3%A1-alecrim-seus-benef%C3%ADcios/#ixzz26jgN7mBz

Estou tomando pra ver.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A palavra que não vem

Palavras têm força. Sabem disso os incautos que falam pelos cotovelos e, quando se tocam, contrariaram até mesmo as suas crenças. Como quem acredita na bondade e numa palavra fere a quem mais ama.

Palavras têm força e sabem disso também os monges budistas que afirmam que pensamentos geram palavras, palavras geram atitudes, atitudes geram hábitos e os hábitos formam a personalidade.

Lido com as palavras. O dia todo e aqui também. Lindo ofício e, por exercê-lo, é de supor-me uma exímia domadora de verbetes. Não sou. Menos em escrever, mais na hora da conversa, sou exímia em me perder e, confesso, nada é mais irritante do que não conseguir chegar a uma conclusão. Pior, nada é mais irritante do que não conseguir expressar aquilo que me vai na mente ou no coração.

E a grande contradição do mundo é que silenciar piora a interpretação. O mundo quer ruído e eu digo: pior para o mundo.

Eu admiro das palavras. Tanto, que gostaria de embalar as minhas preferidas de tal modo que até a fala mais banal soasse como um poema. Gostaria de escolher as palavras mais bonitas para comunicar as minhas crenças. Mas sou uma aprendiz da comunicação.

Vivendo, vou percebendo que não basta ter palavras, é preciso ter acuidade, tranquilidade, sabedoria e algo mais para tornar os discursos menos vazios, egocêntricos ou pretensiosos. Desconfio que esse algo é amor.

E enquanto o poema de vida não vem, homenageio o talento alheio.

Ai, Palavras
Ai, palavras, ai palavras,
que estranha potência, a vossa!
Ai, palavras, ai palavras,
sois o vento, ides no vento,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!
Sois de vento, ides no vento,
e quedais, com sorte nova!
Ai, palavras, ai palavras,
que estranha potência, a vossa!
Todo o sentido da vida
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois audácia,
calúnia, fúria, derrota…
A liberdade das almas,
ai! com letras se elabora…
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil como o vidro
e mais que o são poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam…

(Cecília Meireles)