quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Felicidade conspira

Eu falei que a felicidade está nas pequenas coisas, que é preciso botar reparo para vê-la escondidinha na rotina e nos afazeres do dia a dia. Então, não foi por acaso que esbarrei na frase de Guimarães Rosa. Foi por sintonia, foi porque a felicidade conspira.

"Felicidade se acha é em horinhas de descuido." 
Guimarães Rosa

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O pão nosso de cada dia

Que importância tem parar de trabalhar e passar a tarde fazendo pão? Hoje eu me fiz esta pergunta e parei. Lá estava eu, diante do computador, lendo umas frases que criei e nem um pouco convencida da sua qualidade. Eu era a mais absoluta falta de inspiração e trabalhar estava sendo um custo. Então, fui pra cozinha e coloquei as mãos na massa.

Agora, me pergunto: Por que querer entregar os trabalhos sempre em prazo recorde? O que o atraso de uma tarde vai implicar no resultado? As respostas são: não tenho que bater recordes e nada vai mudar no final. Por outro lado, o que uma tarde fazendo pão pode fazer por mim é muito. Daqui a alguns anos, eu nem vou me lembrar mais do trabalho que deveria criar, mas vou me lembrar sempre das horas que passei inventando recheios e, depois, saboreando pão.

Há outro ganho importante: a felicidade do momento. Isso vale tanto. Esse, sim, deveria ser o pão nosso de cada dia, devíamos trabalhar pela felicidade estando ela nas grandes ou nas pequenas coisas.

"Cada dia é feito de pequenas vitórias, de pequenos prazeres e são essas coisas que tornam a vida formidável."
 Lisa Napoli, jornalista e escritora

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Meditação escrita

Feita a confidência, penso que, talvez, questionar seja a segunda etapa do longo processo de mudança. Ver é a primeira. Já vi. Já questionei. Sei que estou seguindo agora. Não estou parada no mesmo lugar do ano passado. Mas parece tão devagar.

Deve ser por isso que pensei em meditar uma hora por dia. Ocorre que eu teria de me levantar às 6:00 horas da manhã. Fiquei com tanta preguiça...

A verdade lamentável é que tenho tantos afazeres, assumo tantos compromissos que preencho com vazios o meu tempo de crescimento. E ainda não tenho força de vontade para romper com o velho vício. Aliás, com todos eles.

Está aí outra coisa difícil. Sempre coloco os desafios no coletivo. Desta forma, flerto com o impossível. Bastaria resolver com uma coisa de cada vez. E começando pelas bem pequenas. Já li que esta é uma estratégia eficiente, questão de treinar a mente.

Pausa para pensar... Sendo honesta comigo mesma, este tipo de escrita já não é meditação e atitude?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Confidência

Aquilo em que acredito nem sempre é suficiente para me fazer avançar. E eu anseio por isso... Aqui e pra todo mundo, conto algumas coisas, escondo o resto, faço de conta que era uma vez, e é mesmo, descubro que não é faz de conta, invento outras histórias, mudo um pouco a rotina e, depois, o que sobra, sou eu mesma e os mesmos velhos hábitos. Será que minto? Agora ou antes?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Seguir em frente

Eu vi uma menininha andando ligeira e me perguntei: "para onde ela vai com tanta pressa?" Para preencher o branco e ser mais poética, pensei que ela ia muito arrumadinha rumo ao futuro. Depois, com o ceticismo dos calejados, conclui que o destino seguia no seu encalço. Deve ser porque a menina vinha da favela.

Agora, eu penso que há outra possibilidade, que a gente sempre pode torcer e retorcer com fé e, assim, mudar o curso do destino. Então, faz de conta que ela tem um belo futuro pela frente.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Inspiração pra mudar

Hoje, andando pela rua, constatei: é muito difícil mudar. Em meio à confusão de gente e buzinas, parei para me perguntar: Por que ando sempre deste lado da rua? Por que nunca me vem o impulso de atravessar? Ou antes, por que não atravesso calculadamente para lá? Descubro que sigo meus instintos, mantenho velhos hábitos, sou sempre o eu animal seguindo.

Cheguei em casa e ouvi uma mensagem antiga que deixei guardada para os piores dias, hábito que também não mudo. Pelo menos este faz mais sentido.

Vai aí a inspiração. O autor é Edson Marques e o texto completo pode ser lido no blog: http://mude.blogspot.com

"Mude, mas comece devagar, porque a direção e mais importante do que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado do rua.
Depois mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus, mude por uns tempos o estilo das roupas. Doe seus sapatos velhos, procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia ou no parque e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama.
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais, leia outros livros, viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade.
Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra lingua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos. Escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
Novo lado, novo método, novo sabor, novo jeito,
novo prazer, novo amor, uma nova vida. Tente.
Busque novos amigos, tente novos amores, faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria,
almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice versa.
Escolha outro mercado, outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários,
use canetas de outras cores,
vá passear em outros lugares,
ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas.
Troque de carro. Compre novos óculos.
Escreva outras poesias. Jogue fora os velhos relógios...

Bom, é inspiração suficiente para muitos dias. Tente uma estratégia hoje e aguarde. Na próxima postagem, tem mais dicas.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Bate qualquer coisa

Num dia assim, de encontros que a gente sabe que vão ficar na história, quando nada é irrelevante e tudo conta, quando o fio da vida se torna tão nítido que incomoda, eu me vi integrando a cena. Além de mim, vi uma menina dando passos responsáveis, vi uma mocinha interrogando-se a respeito da vida, vi outra moça começando a colher os frutos da própria semeadura. E foi sobretudo porque me vi que escrevo estas palavras. Diante delas, eu me senti mais velha. Não no sentido do tudo acabado, mas daquilo que foi vivido, aproveitado e aprendido ao longo dos anos. Fiquei feliz. Aliás, ando feliz com as minhas escolas. Não há nenhum erro aí. Quis dizer escolas mesmo e não escolhas. Porque elegi a vida como condição do aprender e vivo absortamente sentada no banco desta escola. Não vejo outra maneira de ser ou de aprender a ser feliz. Queria dizer isso para as meninas, mas acabei dizendo para mim mesma. Porque a consciência da minha trajetória bateu forte agora.

Então, lembrei-me do I-Ching e fui consultar. Eis o comentário:

 RETORNO.
Sucesso.
Saída e entrada sem erro.
Amigos chegam sem culpa.
Para adiante e para trás segue o caminho.
Ao sétimo dia vem o retorno.
É favorável ter aonde ir.