Um nova tribo foi descoberta na divisa do Mato Grosso e Amazonas. Vi a mulher andando no mato, vi o guerreiro e o arco. A vida ali parecia andar em ritmo lento. Ora, ora o caos civilizado não entra na mata.
Ninguém ali sabe do SUS, ninguém sabe dos 20 centavos, ninguém morre de pena vendo gente passar fome, ou filhos desaparecidos, ou a vítima do último crime, ninguém tem amigo de Facebook, ninguém sabe de Belo Monte, ninguém sabe da Copa, ninguém sabe de mim.
Eu, que em meio a uma mudança e à bagunça típica do momento, perdi a paciência, o humor e a compostura, sonhei com o sossego da mata. Por um instante, aspirei àquela liberdade. E pensei em pés no chão, corpos nus, ar puro, verde, frutos, ops... espinhos, mosquito, filhos para parir, preguiça, longo caminho, susto, lama, bicho e... Passou! O fio que me conduz exige tecnologia.
Mas fica a inspiração de que a vida pode ser diferente. Não quero ser índio, mas cabe outra estrofe:
"Se Deus quiser
Um dia acabo voando
Tão banal assim
Como um pardal
Meio de contrabando
Desviar do estilingue
Deixar que me xingue
E tomar banho de sol,
Banho de sol
Banho de sol..."
Ninguém ali sabe do SUS, ninguém sabe dos 20 centavos, ninguém morre de pena vendo gente passar fome, ou filhos desaparecidos, ou a vítima do último crime, ninguém tem amigo de Facebook, ninguém sabe de Belo Monte, ninguém sabe da Copa, ninguém sabe de mim.
Eu, que em meio a uma mudança e à bagunça típica do momento, perdi a paciência, o humor e a compostura, sonhei com o sossego da mata. Por um instante, aspirei àquela liberdade. E pensei em pés no chão, corpos nus, ar puro, verde, frutos, ops... espinhos, mosquito, filhos para parir, preguiça, longo caminho, susto, lama, bicho e... Passou! O fio que me conduz exige tecnologia.
Mas fica a inspiração de que a vida pode ser diferente. Não quero ser índio, mas cabe outra estrofe:
"Se Deus quiser
Um dia acabo voando
Tão banal assim
Como um pardal
Meio de contrabando
Desviar do estilingue
Deixar que me xingue
E tomar banho de sol,
Banho de sol
Banho de sol..."