sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Simples inspiração

"Sempre que houver alternativas, tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente aceitável, pelo honroso. Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequências."
(Osho)


Pode não ser simples deixar a vida simplesmente fluir, mas é a escolha certa. E quando penso nisso, vem uma lista enorme de atitudes que tantas vezes considerei corretas, mas que tinham muito pouco coração e presença. Então, fica a pergunta: Por que não pode ser simples?

Respiro fundo e penso num mundo em que viver é mais simples. Assim: comer quando se tem vontade e fome. Dormir se der sono. Ir se quiser, ficar se for melhor. Desistir dos desinteressantes, gente que confunde com negócio o que é amizade. Parar para olhar se a curiosidade pedir e seguir, se cansar de admirar. Correr se tiver pressa de chegar. Dar meia volta se o convite é ruim. Vestir a roupa de festa. Esquecer da festa e ir passear. Depois, lembrar de se redimir. Tomar chá amargo porque e remédio, mas recusar amarguras na vida, porque essas não curam. Agarrar a chance de ser original com unhas e dentes. E pintar as unhas de vermelho. Ou de preto, já que humor tem o direito de mudar. Quando mudar para melhor, sorrir com gosto. E só rir se tiver graça. Aí, vale o riso solto, gargalhada, até um certo escândalo. Escândalo deste tipo, não do outro, pois ninguém merece desajuste exposto. Se for para expor, que seja o amor. Sem medo de ser piegas, declarar o amor pelas pessoas e coisas.

Eu disse coisas? Então que fique claro: falo de flores, de arte, de recordações, de fotos, de um canto especial e de outros encantos. Não, dinheiro não entra na lista das coisas amorosas. A ele, vale declarar interesse. Afinal, um tanto bom é bem-vindo.

Sei que as escolhas e o viver podem ser simples. Outro dia, a menina parou para ver um mergulhão engolindo a piaba. O homem ao seu lado seguiu em passo acelerado. Que insólito, depois ele é que é o esperto.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Cultivo meu jardim

Jardim da casa de Monet

Eu, que apenas cultivo algumas flores em vasos espalhados pela casa, ando admirando os jardins das velhas moradias do meu bairro. Penso na alegria de chegar em casa e passar por um corredor estreito e ir notando aquele emaranhado de folhas, flores, galhos. Imagino os cheiros, as cores, a umidade. Se chegar em casa já tem sua poesia, chegar assim pode ser elevado a outra categoria de arte.

Não falo dos jardins modernos, dos pequenos espaços nas entradas dos grandes prédios, onde se vê um gramado modesto e, no meio dele, uns cactus. Não falo desses ensaios paisagísticos que até tem sua beleza, mas que não têm a poesia de flor em festa. Quando paro para olhar e aspirar, é sempre um jardim confuso, a que se chega depois de subir uns quatro degraus e que, ao chegar, o olhar se perde numa desorientação alegre. Veja o jardim de Monet, como não se inspirar? Haja tempo para olhar.

Falo de um jardim assim, antigo, moldado no tempo, que vai se completando com mudas vindas de não se sabe quantas mãos amigas. Essa é outra beleza que se soma e vem com o gesto. Jardim bonito tem tanta informação em meio a luz e sombra que a gente não se acostuma, tem sempre que parar para crer. Num canto tem jasmim, no outro margaridas, orquídeas, hortênsias ou roseiras. Alguns encantam mais e instigam furtos, porque dão frutos. Já vi pé de amora, de pintanga e até de jabuticaba. É desse tipo de jardim que eu gosto.

Mas a onda agora é ser verde. Só. Então, os jardins exibem arecas, bambus, bromélias, pândanos, dracenas. Fecho os olhos e revejo jardins e canteiros de outros tempos. Onde foram parar os gerânios perfumados? E os beijos de colorida singeleza? Por que não se plantam mais hortênsias? E os cantos com o verde úmido das avencas e samambaias? Só resistem nos jardins das casas mais antigas.

Eu não tenho um jardim e não terei. Mas, pensando bem, acho que, ao meu modo, cultivo um jardim e o faço com os cuidados e a sensibilidade de quem lida com arte.

Aí estão as orquídeas e a flor-de-maio que hoje enfeitam minha casa.



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Um conto zen

"Certa vez, um sábio varria o chão, quando um monge perguntou: 
– Sendo vós o sábio e santo Mestre, dizei-me como se acumula tanto pó em seu quintal?
Disse o Mestre:
– Ele vem de fora."

O entendimento vem de dentro.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Rotina pra ganhar

Sair fora dela é importante, mas nada como voltar à rotina. É assim que a gente mede os esforços, a disciplina e as conquistas. Estou de volta às aulas. De yoga, que fique claro. Em breve, terei outras histórias pra contar. Já engatei a quarta no trabalho e acelero rumo aos meses mais produtivos do ano. Tem mudança à vista, novos encontros, outros ganhos.

Neste reinício, faço uma pausa para comemorar as conquistas da minha disciplina e determinação nos sete primeiros meses do ano. Andei demais, mudei meu visual e minhas escolhas, somei talento para conquistar alguns prêmios, investi firme numa maior qualidade de vida, em mais saúde e bem-estar, estive mais com a família, me comprometi, até me casei... Sou mais feliz do que era antes. Tem ganho maior? Tem coisa melhor?

Tem: um recomeço. Convido você a recomeçar comigo em pleno mês de agosto. Vamos lá?