quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Simplesmente ridículo

Estava na lista sugestiva de coisas que eu poderia fazer para viver mais desencanada: "Assumir o seu lado ridículo". Gostei. Depois de ler os exemplos, a conclusão foi inevitável: sei muito bem como ser ridícula. Que bom! Isso me lembrou de um texto de Clarice Lispector, que relaciona as vantagens de ser bobo (veja aqui) e que é bastante inspirador. Então, movida pelo desejo de simplificar a vida, resolvi que, neste final de ano, não vou fazer listas para guardar na gaveta, pois estas só servem para revelar minha incompetência todas as vezes em que abro e vejo que não cumprir nem 10% dos itens. Não, este ano, vou cair no ridículo e dar uma de boba. Não vou relacionar o que quero, vou viver cada momento como uma conquista. Serei ridicularmente Poliana, aquela capaz de ficar feliz até nos piores momentos. Porque, no final das contas, é assim mesmo que eu sou.

Posso pensar em mil e uma maneiras de continuar nesse caminho, como: cantar no chuveiro, chorar copiosamente assistindo a um filme, não entender comentários maldosos, dar boas gargalhadas de uma piada, acreditar no meu horóscopo... Ah, eu poderia descobrir muitos jeitos e deixar aqui como inspiração, mas, este ano, não farei lista, porque soaria como mais um compromisso e isso seria o pior dos ridículos.

(Pausa...)

Tudo bem, confesso, existe uma lista mental e que começa assim: serei mais feliz. Com isso, todos os outros itens passam a integrar a lista do coração. Ah, como isso é deliciosamente ridículo!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Recomeçando

Aos poucos, como quem chega apenas pra dar um recado, vou voltar. Aos poucos, como quem recebe um chamado, vou recomeçar. Foram quase três meses e foi como uma viagem. Estive em outros sítios, escrevi outras palavras, cuidei do lado de dentro e do meu ofício, fundamental para o meu ser.

Mas antes que o final do ano me atropele com sua urgência de faxinas, despedidas, confraternizações e festas, faço uma pausa para mostrar o que trouxe na bagagem. Fico acanhada, porque trago apenas algumas lembranças. Depois, o acanhamento passa. Afinal, não convém mesmo carregar muito peso na bagagem. Saibamos andar leves.

Pois é assim que eu venho: leve. E venho mais feliz. Depois de um ano inteiro meditando, buscando alternativas e caminhos, depois de colocar muita fé na vida e em mim, é uma aleluia dizer que eu consegui. Estou muito próxima do que eu quero, e o que quero é ser o que sou.

Esta é a primeira lembrança que compartilho. É um incômodo descobrir-se como um personagem mal construído de um romance chato. Aconteceu comigo e pode acontecer com você. Se acontecer, saiba que, um dia, virá a alegria de virar algumas páginas e ver que o personagem tem uma alma nobre, que o enredo não está pronto e acabado, virá a alegria de saber que podemos mudar nossa história e que ela pode nos surpreender positivamente.

Muitas vezes, eu me perguntei como mudar e fiz esforços na busca de algo diferente. Confesso que vi poucos resultados práticos. Então eu desistia de tentar. Desta vez, foi como desistir do fórceps, foi como descobrir que é perigoso trazer o novo à força. Simplesmente parei. Parei de ser meus rótulos, parei para ver o que ia dar. Vi e gostei.

Antes, eu ia no embalo do momento ou no ritmo das expectativas. Agora, posso até seguir tropeçando, mas tropeço nas minhas afirmações. Algumas pessoas podem até não gostar, eu consigo lidar melhor com isso. Deve ser porque, no fundo, sei que estou melhor para o mundo. Esta foi a minha melhor lembrança: mudar pode ser desistir.

E, assim, olha eu aqui, recomeçando!

Tenho outras lembranças para dividir, mas não vamos nos apressar. Venho como quem traz um recado rápido: vim para ficar.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tempo para o real

Em tempos de muitos afazeres e do desejo de estar mais com o outro, de estar mais focada no real do que no virtual, vou deixar de compartilhar minha filosofia prosaica e minhas experiências de um zen esparso. Por quanto tempo? Uma semana, um mês, dois meses? Não sei. Só quero voltar quando o coração mandar e a minha disponibilidade deixar. Ando aprendendo que nada melhor do que obedecer o ritmo da gente. Vou mais devagar. Obrigada a você que passa sempre por aqui. A gente se vê em melhores dias. Estou apostando no agora para um novo amanhã. Felicidades!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Reprise

Repito, porque a vida exige. Repetir é pisar no chão conhecido, é comer o pão de todo dia e saciar a fome do vivido. Repetir é reconhecer. E, às vezes, conhecer mais. Abaixo, um texto antigo que combina com o sentimento novo. Quem sabe também te inspira?

Vou cuidar do meu jardim

Ela disse que acordou de madrugada e, ainda com sono, meditou por um longo tempo. Depois, foi à cozinha preparar o café-da-manhã junto com todos os outros participantes. As mãos trabalharam muito e os lábios permaneceram em silêncio respeitoso. Na hora da refeição, o silêncio foi quebrado pelo mastigar dos afoitos, o que a incomodou um pouco. O dia seguiu sem pausas e a próxima tarefa foi cuidar da horta. Ali, de cócoras, ela se lembrou de que não seguiu o ritual de todas as manhãs e que o intestino já reclamava da posição. Não contou mais nada, porque as risadas não deram chance às palavras. Ela apenas ria do sufoco passado. Como risada é contagiante, também ri e não pensei mais no assunto.

Dias depois, eu cortava alho em fatias delicadas, quando pensei no quanto gosto do que é minucioso, do fazer sem pressa. Gosto de tarefas que poucos suportam. E agradeço se houver silêncio nessas horas. É porque “viajo” muito. Se há palavras, elas me atropelam. Então, estava ali, entregue ao pensar sem me concentrar – que é uma espécie de meditação – quando me lembrei do retiro no mosteiro zen, motivo dos risos da minha amiga. Pensei que adoraria preparar o café-da-manhã em silêncio após uma longa meditação. Então, veio a questão: será que eu sou zen?

Repassei o roteiro do dia no mosteiro e descobri que adoraria cuidar da horta, mexer com a terra, sujar as mãos, pisar no chão. Adoraria ficar um fim de semana sem carne, sem cerveja, sem excessos de qualquer espécie. Definitivamente, eu não pegaria carona com o casal que abandonou o retiro no dia seguinte à chegada. A partir desta constatação, fiquei chocada. Como é que eu nunca considerei isso relevante?

Encontrei algumas respostas. Uma delas é que preciso andar sozinha. Optei por fazer o meu caminho com meus próprios pés, com meus olhos, com minhas mãos, com meu coração, com meus erros e acertos, optei por ouvir a minha alma sempre que for preciso. Não digo que tenho tantos conhecimentos que possa andar só e me manter sempre confiante. Não é assim. Mas, para isso, existem os amigos e suas experiência que contam; para isso, existem os livros, os filmes, os acasos, os pequenos milagres; para isso, existe um universo de possibilidades. Portanto, falo, leio, vejo, ouço e, na hora de escolher, confio em mim. Preciso dessa espécie de fé, cuja metáfora mais cabível é de dar asas a quem salta no abismo do desconhecido. Isso me conforta e encanta.

Canto mantra se o entendo, leio a Bíblia se me agrada, rezo um Pai Nosso quando a situação complica, tendo água benta, eu tomo, faço novena se for preciso, repito palavras mágicas jurando que acredito. E se a questão era ser ou não ser, encontrei minha resposta: sou e não sou. Agora, com licença, porque, como disse o Cândido, de Voltaire: "isso está certo, mas devemos cultivar nosso jardim". O meu já deu algumas flores este ano e estou cuidando para que, em 2010, floresça o melhor de mim.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tem resposta

Estou beirando a resposta. Ando pensando no assunto mudança, rodeio daqui, aprofundo dali e quase antevejo a revelação. Cabe dizer que isso tem a ver comigo e com meus sentimentos. A resposta que está vindo é minha e pode ou não servir para você. Se servir, dividiremos isso. Se não servir, pelo menos pode conduzir à própria pergunta.

A minha resposta começa a chegar com o insight de que "não tem encontro sem busca". Quem não pergunta não escuta. Eis o início: eu questiono, tu questionas, ele questiona. E o final: eu ando, tu andas, ele anda.

Gosto quando leio Saramago e percebo que há, o tempo todo, algum tipo de questionamento pairando nas entrelinhas. Quando, no livro Caim, ele pergunta: "Por que o senhor não me impediu?" Eu não duvido de que ele encontrou a resposta para a morte de Abel ali, naquela pergunta. Que espécie de senhor seria esse, que gostaria de ver sua criação acomodada e covarde?

Questionai, homens!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Por que você não muda?

O vídeo foi indicado por uma amiga. Fui lá conferir. A pergunta soou clara logo no início: Por que você não muda? Não penso que o problema é só meu. Não, é do mundo. E é difícil mudar. De tudo o que vi e ouvi, ficou a sugestão da pergunta. Será que eu serei honesta o suficiente para responder? Ou, antes, será que consigo ir até onde está a resposta? Talvez, com meditação. Mas, para meditar com a disciplina necessária, eu preciso mudar. O que eu faço primeiro? Bem, perguntar já é um começo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Lembrando de mim

Não tem problema se eu me esqueço de ligar para a amiga que não vejo há semanas. Não tem problema se a minha mãe espera o telefonema que não vem. Não tem problema se encaro o trabalho com uma disciplina férrea e meto a cara sem descanso. Não tem problema se nem cobro o preço justo. Não tem problema, porque eu tenho os amigos, mãe, irmãos, companheiros de trabalho e namorado na mais elevada consideração.

Foi nisso que eu acreditei. Eu só não percebi, que esquecendo a amiga, a atenção com os que amo e o tempo certo para criar, eu me esqueci de mim. Então, fiquei doente, doeu e me lembrei de um amigo que entende muito de leitura corporal. Ele diria que o corpo deu um grito e ficou doente, para que a alma não adoecesse. O corpo adoece para indicar os bloqueios que eu crio e que impedem a paz e a felicidade.

Deitada na cama do hospital, enquanto observava a médica encher a seringa – que para mim e que iria doer muito –, fiquei surpresa com a minha coragem. Agora, eu sei que não gritei, porque o grito já havia sido dado antes. O que eu vou fazer do dia de hoje, em que a dor passou? Vou parar para escutar aquela voz que vem de dentro e saber o que ela quer de mim. Então não sei o que eu mesma quero? Sei, só que me esqueci.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quase chove

O vento soprou forte, algumas nuvens apareceram, mas logo se dispersaram. O ar ficou parado e a poeira ficou suspensa. Uma palavra traduz tudo: sufoco. Quase choveu, mas não foi ontem ainda. Dias assim me lembram alguns momentos da vida, quando tudo fica parado e não pinga nem mesmo uma alegriazinha.

Clarice Lispector já escreveu sobre esta necessidade de chuva no livro Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. A personagem sofre com a secura e o calor num final de dia e a catarse dar-se assim:

"Ela só percebe que agora alguma coisa vai mudar, que choverá ou cairá a noite. 
Mas não suporta a espera de uma passagem, e antes da chuva cair, o diamante dos olhos se liquefaz em duas lágrimas. E enfim o céu se abranda."

Queria saber a dança da chuva. Quem sabe a vida ia chover novidade?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Agulhas: umas e outras

Pensando em voltar pra acupuntura, penso que exige tempo. Preciso de muito jogo de cintura para manter o compromisso, mesmo quando a agenda aperta. Isso eu tenho. Disciplina também. Mas, aí, acaba me cansando como qualquer outra obrigação. Deixa de ser apenas o meu querer.

Penso também nas agulhadas mais dolorosas. Tem dia que beira o insuportável e eu suporto, porque quero ficar boa e relaxada. Fico deitada e mentalizando: "Por favor, nos pé não." No instante seguinte, lá vai a médica com mãos hábeis espetar os meus pés.

Mas nem só de dores se faz uma sessão de acupuntura. Há dias de completo relaxamento. Se chego com dor nos ombros ou se falo de uma enxaqueca recente, saio de lá tão bem que parece mágica. Difícil é não ir direto pra cama. É bom e funciona.

Agora, resta confessar o que mais gosto. É tão prosaico que me acanha dizer. Gosto de ir à acupuntura pra depois passear pelo centro, região onde se localiza a clínica que frequento. Adoro aquele monte de gente, as cores, a pressa dos que passam sem me ver, adoro as lojas com bancas fartas que prometem ótimos preços e cuja qualidade fica a desejar. É como uma viagem, vejo coisas que não vejo no cotidiano, vejo os prédios restaurados, as árvores que cresceram, o restaurante que fechou e o outro que abriu. Gosto de olhar as bancas de revistas e, sobretudo, gosto das lojinhas de aviamentos. Nestas, olho as lãs, as agulhas, os fios coloridos, as tiras bordadas e fico imaginando as peças que eu poderia tecer.

É isso, gosto de imaginar uma criação mais bonita, mais aconchegante, mas útil aos meus dias. Tivesse eu essas agulhas, não precisaria das outras. Então eu descubro que o bom da acupuntura é a descoberta do prazer.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

De passagem

Se você passa por aqui e vê que não tem nova postagem há dias, pode questionar: ela está descuidando do blog? Respondo: não. Ocorre que não sou tão zen quanto gostaria e, por que não sou, descuido-me do uso equilibrado do tempo.

É assim: surge um trabalho, eu faço; vem outro, não descarto; depois outro, aceito também. Um dia eu percebo que esqueci de mim. Não faço mais as caminhadas matinais, não vejo os amigos, não durmo as horas devidas, não deixo espaço para o que gosto. Depois me prometo mudanças. Quase consigo. Na hora das contas vencidas, dizer sim ao excesso de trabalho é tentação irresistível.

Neste momento mesmo, estou tentada a não escrever mais. Um roteiro inacabado me cobra pressa. Vou pra lá. Um dia, talvez, eu descubra a fórmula para ter tudo o que preciso, inclusive a consciência da preciosidade do tempo, da vida a ser vivida, das minhas relações. Estou aqui de passagem. A evidência da transitoriedade me leva a pensar nas escolhas que gostaria de fazer. Mas isso eu deixo para amanhã. Até lá!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Felicidade conspira

Eu falei que a felicidade está nas pequenas coisas, que é preciso botar reparo para vê-la escondidinha na rotina e nos afazeres do dia a dia. Então, não foi por acaso que esbarrei na frase de Guimarães Rosa. Foi por sintonia, foi porque a felicidade conspira.

"Felicidade se acha é em horinhas de descuido." 
Guimarães Rosa

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O pão nosso de cada dia

Que importância tem parar de trabalhar e passar a tarde fazendo pão? Hoje eu me fiz esta pergunta e parei. Lá estava eu, diante do computador, lendo umas frases que criei e nem um pouco convencida da sua qualidade. Eu era a mais absoluta falta de inspiração e trabalhar estava sendo um custo. Então, fui pra cozinha e coloquei as mãos na massa.

Agora, me pergunto: Por que querer entregar os trabalhos sempre em prazo recorde? O que o atraso de uma tarde vai implicar no resultado? As respostas são: não tenho que bater recordes e nada vai mudar no final. Por outro lado, o que uma tarde fazendo pão pode fazer por mim é muito. Daqui a alguns anos, eu nem vou me lembrar mais do trabalho que deveria criar, mas vou me lembrar sempre das horas que passei inventando recheios e, depois, saboreando pão.

Há outro ganho importante: a felicidade do momento. Isso vale tanto. Esse, sim, deveria ser o pão nosso de cada dia, devíamos trabalhar pela felicidade estando ela nas grandes ou nas pequenas coisas.

"Cada dia é feito de pequenas vitórias, de pequenos prazeres e são essas coisas que tornam a vida formidável."
 Lisa Napoli, jornalista e escritora

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Meditação escrita

Feita a confidência, penso que, talvez, questionar seja a segunda etapa do longo processo de mudança. Ver é a primeira. Já vi. Já questionei. Sei que estou seguindo agora. Não estou parada no mesmo lugar do ano passado. Mas parece tão devagar.

Deve ser por isso que pensei em meditar uma hora por dia. Ocorre que eu teria de me levantar às 6:00 horas da manhã. Fiquei com tanta preguiça...

A verdade lamentável é que tenho tantos afazeres, assumo tantos compromissos que preencho com vazios o meu tempo de crescimento. E ainda não tenho força de vontade para romper com o velho vício. Aliás, com todos eles.

Está aí outra coisa difícil. Sempre coloco os desafios no coletivo. Desta forma, flerto com o impossível. Bastaria resolver com uma coisa de cada vez. E começando pelas bem pequenas. Já li que esta é uma estratégia eficiente, questão de treinar a mente.

Pausa para pensar... Sendo honesta comigo mesma, este tipo de escrita já não é meditação e atitude?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Confidência

Aquilo em que acredito nem sempre é suficiente para me fazer avançar. E eu anseio por isso... Aqui e pra todo mundo, conto algumas coisas, escondo o resto, faço de conta que era uma vez, e é mesmo, descubro que não é faz de conta, invento outras histórias, mudo um pouco a rotina e, depois, o que sobra, sou eu mesma e os mesmos velhos hábitos. Será que minto? Agora ou antes?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Seguir em frente

Eu vi uma menininha andando ligeira e me perguntei: "para onde ela vai com tanta pressa?" Para preencher o branco e ser mais poética, pensei que ela ia muito arrumadinha rumo ao futuro. Depois, com o ceticismo dos calejados, conclui que o destino seguia no seu encalço. Deve ser porque a menina vinha da favela.

Agora, eu penso que há outra possibilidade, que a gente sempre pode torcer e retorcer com fé e, assim, mudar o curso do destino. Então, faz de conta que ela tem um belo futuro pela frente.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Inspiração pra mudar

Hoje, andando pela rua, constatei: é muito difícil mudar. Em meio à confusão de gente e buzinas, parei para me perguntar: Por que ando sempre deste lado da rua? Por que nunca me vem o impulso de atravessar? Ou antes, por que não atravesso calculadamente para lá? Descubro que sigo meus instintos, mantenho velhos hábitos, sou sempre o eu animal seguindo.

Cheguei em casa e ouvi uma mensagem antiga que deixei guardada para os piores dias, hábito que também não mudo. Pelo menos este faz mais sentido.

Vai aí a inspiração. O autor é Edson Marques e o texto completo pode ser lido no blog: http://mude.blogspot.com

"Mude, mas comece devagar, porque a direção e mais importante do que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado do rua.
Depois mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus, mude por uns tempos o estilo das roupas. Doe seus sapatos velhos, procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia ou no parque e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama.
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de TV, compre outros jornais, leia outros livros, viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade.
Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra lingua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos. Escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
Novo lado, novo método, novo sabor, novo jeito,
novo prazer, novo amor, uma nova vida. Tente.
Busque novos amigos, tente novos amores, faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria,
almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice versa.
Escolha outro mercado, outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários,
use canetas de outras cores,
vá passear em outros lugares,
ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas.
Troque de carro. Compre novos óculos.
Escreva outras poesias. Jogue fora os velhos relógios...

Bom, é inspiração suficiente para muitos dias. Tente uma estratégia hoje e aguarde. Na próxima postagem, tem mais dicas.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Bate qualquer coisa

Num dia assim, de encontros que a gente sabe que vão ficar na história, quando nada é irrelevante e tudo conta, quando o fio da vida se torna tão nítido que incomoda, eu me vi integrando a cena. Além de mim, vi uma menina dando passos responsáveis, vi uma mocinha interrogando-se a respeito da vida, vi outra moça começando a colher os frutos da própria semeadura. E foi sobretudo porque me vi que escrevo estas palavras. Diante delas, eu me senti mais velha. Não no sentido do tudo acabado, mas daquilo que foi vivido, aproveitado e aprendido ao longo dos anos. Fiquei feliz. Aliás, ando feliz com as minhas escolas. Não há nenhum erro aí. Quis dizer escolas mesmo e não escolhas. Porque elegi a vida como condição do aprender e vivo absortamente sentada no banco desta escola. Não vejo outra maneira de ser ou de aprender a ser feliz. Queria dizer isso para as meninas, mas acabei dizendo para mim mesma. Porque a consciência da minha trajetória bateu forte agora.

Então, lembrei-me do I-Ching e fui consultar. Eis o comentário:

 RETORNO.
Sucesso.
Saída e entrada sem erro.
Amigos chegam sem culpa.
Para adiante e para trás segue o caminho.
Ao sétimo dia vem o retorno.
É favorável ter aonde ir.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Oração do dia

Recebi hoje. Veio por e-mail e chegou num momento em que eu realmente precisava de uma boa oração. Achei esta tão pontual que não resisti, imprimi, colei na porta e posto também aqui. Quero esta energia em todos os lugares. Funciona? Não espero ver pra crer.
 

"Deus, nosso Divino Pai e Criador, por favor, ande pela minha casa e tire todas as minhas preocupações e doenças e, por favor, vigie e cure a minha família. Amém ".

terça-feira, 19 de julho de 2011

Confesso que admiro

De tempos em tempos, a vida muda. Sem que haja um plano, assim, de repente, o foco é outro, é outra a rotina, umas pessoas entram para a história, outras dizem adeus, os sentimentos se renovam, a casa fica uma bagunça... Até que a gente entende que viver é isso mesmo, é uma história em capítulos.

Fiquei gripada, me cansei, relutei, até entender que agora vivo um capítulo diferente, apenas isso. Nele, alguns personagens seguem como veteranos, outros fazem sua estreia. Li uns versos de Jorge Luiz Borges neste instante e me deu vontade de falar da minha admiração por alguns personagens da história que vivo hoje. Obviamente, excluo a família e os mais chegados, porque, esses são mais do que personagens, são a alma do meu livro.

Admiro a mulher que conheci no parque, que empurrava seu filho de 12 anos na cadeira de rodas e, por vezes, o pegava no colo, olhando para ele com aqueles olhos do mais puro amor, enquanto enxugava seu queixo com um lencinho muito branco.

Admiro o moço que sobe correndo esta ladeira e ainda tem tempo de acenar para o menino que se posta à janela para ver o lixeiro passar.

Admiro a psicóloga que acredita que está apenas exercendo sua profissão, quando, na verdade, está ajudando a contar uma história mais bonita. Às vezes, enquanto fala, as suas palavras saem embargadas, porque, nessa hora, o verbo vira emoção. Então, ela engole seco, como quem deseja secar  lágrimas, fica envergonhada e não sabe que já declamou o poema.

Admiro a mocinha que pinta as unhas das mulheres com aquela delicadeza extrema. Ela faz do seu dom a arte da cor misturada à felicidade.

Admiro a mulher que todos os dias me pergunta se está tudo bem e, quando respondo que sim, ela diz: "Graças a Deus!", como se eu estar bem fosse assunto muito importante. Então eu ofereço um café, ela toma sem soprar e eu a vejo sorvendo goles de carinho quente.

Admiro tanta gente, mas, agora, vou deixar Jorge Luiz Borges falar, porque admiro esse moço para sempre:

Os Justos
Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mund
o.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Relâmpago

Vive-se e não é sempre que se tem a consciência do viver. Um dia, a gente nota que o tempo passou e que, se houvesse uma espécie de grande livro da humanidade, a história vivida já estaria ali, desafiando a ler o que foi mesmo que se viveu. Se houvesse tal livro, haveria susto, consolo, alegria, tédio, arrependimento, satisfação e uma enxurrada de emoções ao passar de cada página. Mas, o que não haveria, de forma alguma, seria uma forma de apagar o escrito. Não. Uma vez ali, seria impossível trocar linhas, mudar falas, querer outras escolhas. Também não adiantaria saltar páginas tristes, medíocres ou de um tédio insuportável. Mas será que não é assim mesmo? Viver é para sempre, linha por linha.

Pensei nisso hoje. Penso sempre. Basta uma cena, uma fala, um ato ou um pensamento, e um desses relâmpagos surgem no meu céu cotidiano, faz um estardalhaço, assusta e passa. Aí, já viu, não tem jeito, ensimesmo-me.

Penso que quero escrever uma história mais bonita. Isso é difícil. Como Drumond, eu poderia desabafar:

"Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco?"


Mas não é isso. Não me sinto abandonada, sinto-me compreendida e apoiada. Só não me pergunte como.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Pode ser...

"O que pode acontecer a qualquer hora pode ser que aconteça agora".
Sêneca 


Talvez um dia eu escreva: Aconteceu! Mas ainda não, não foi agora. Quem sabe amanhã? Espero com paciência zen. O quê? Não esperar. Sem contradição, haveria apenas um não-querer pra ser. Eu serei a única? Pode ser.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Palavras apressadas

Tempo corrido, horas aceleradas. Eu corro e acelero também. Tenho fôlego para a vida. Na rapidez e urgência desses dias, só espero não perder o fio da meada. Qual seja? Viver o bom da vida. Então, parei aqui.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A linha do tempo

A amiga observou que o tempo está passando rápido. Comentário bastante comum nas rodas de conversa. Estamos ficando mais velhos? O tempo da infância era moroso, esticava-se em tardes longas de dar gosto. Uma semana era uma eternidade...

E agora? Aos 46 anos, uma semana não vale mais que um encontro com as amigas, sete horas de caminhada-corrida, 49 horas de sono, umas 30 horas trabalhando pra valer e outras tantas buscando inspiração aqui e acolá. Vale também umas noites com o namorado, dois ou três telefonemas para as irmãs, um filme, essas coisinhas à toa. Agora, vale também um pensamento filosófico.

O que fazer com o tempo que passa rápido e vai deixando seus registros e sinais? Usar bem as horas de folga seria boa resposta. Mas não basta. Há tantos livros a ler, tantos fimes a ver, tantos lugares a conhecer... Não dá tempo. Viver bem cada momento talvez seja a opção mais acertada.

Na palma da mão, a linha da vida estende-se descendente. A da cabeça também. Porém, a linha do coração, anda reta ou sobe. Na minha vida cigana, nunca vi uma linha do coração que fosse totalmente descendente. Isso me diz muito. Há uma vida se consumindo, a chama da vela queimando, mas há um coração que se enriquece, que se aquece na luz dos encontros, nos afazeres, na graça de viver.

Então, descubro que já fiz a minha escolha. Transformo a linha do coração na minha linha do tempo. Tempo emocionado, tempo vivido, tempo aproveitado, tempo mais do que válido.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vi e venci

24 horas depois, posso dizer que venci por nocaute. A gripe não teve a menor chance. Estou boa que só vendo. Agora, só mais um chazinho para garantir. Sem remédios, sem estresse, sem sofrimento. Opções zen fazem bem assim, suavemente.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Estou no combate

Em nenhuma outra ocasião, lanço mão dos minhas armas zen mais do que quando uma gripe me ameaça. Ontem, ela chegou de mansinho, com uma dor na garganta, uma tosse seca e alguma indisposição. Ocorre que estou sempre pronta para o combate. Ando assistindo à derrocada de várias pessoas próximas e sei que esta, que se anuncia leve, pode ser uma gripe muito forte.

Então, corri para a cozinha e preparei um chá de melissa, cardamomo, anis e maçã desidratada. A noite estava fria e exigiu um par de meias e um pijama quentinho. Depois disso, cama e filmes leves. Não era hora de pegar pesado. Ao longo da noite, sopa, chá e chocolate quente muito forte. E fui dormir tranquila. O primeiro round foi meu.

Hoje, abri os olhos e avaliei a situação. A gripe ainda insistia. Era hora de outro chá e mais 30 minutos na cama. Isso feito, levantei-me mais disposta, aprontei-me como de costume e fui para a caminhada. O sol é arma forte. Fiquei tão bem que até corri. Belo golpe na gripe!

Banho quente, café com leite e a perspectiva de um almoço preparado com carinho pelo namorado. A tudo isso, digo que mereço e desfruto com justo apetite. E dá-lhe suco de acerola, goiaba de sobremesa, maçã para o lanche, suco de limão, laranja, pouco trabalho e muito cuidado. É assim que eu faço: vou criando meus textos como quem não quer nada, despistando, porque gripe gosta de quem não dá folga.

Para a noite, vaporizador com essência de alecrim, massagem com óleo de bergamota e mais chocolate quente (que boa desculpa é essa gripe!). Como criança, vou cantando assim: ela não me pega, ela não me pega...

Amanhã é outro dia. E o combate continua. Torçam por mim!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Um arco-íris te esperando

Certas coisas não deviam passar despercebidas. O sol numa manhã de inverno é uma delas. E se tem céu azul e o ar limpo, porque chuvou à noite, é para se perceber com alegria imensa. Ontem foi assim. Sai de casa, andei, curti o sol, aspirei o ar fresco, senti o vento no rosto, olhei árvores, pássaros, pessoas, abri os braços, e o céu estava azul, o dia estava lindo... Não deviam passar despercebidos. Para muitos, isso não tem a menor importância, eu sei.

Afinal, há tantos assuntos urgentes, tantas discussões aguardando ouvidos atentos, tantas providências a serem tomadas e tantas previsões alarmantes, há tantos compromissos de cidadão, eleitor, há necessidade de pessoas conscientes e tão poucos para exercerem este papel. Mas eu ouso perguntar: Pra que o sol neste cenário?

Já ficou doente, sem poder andar, entediando-se com o mesmo filme na TV, sem saco para ler, com dor, sem sono? E já aconteceu de você sarar e sair de casa achando tudo lindo? Comigo é assim. Só que eu não espero ficar doente. Eu vivo todo dia. Há algum tempo, eu vivo por viver. Não vivo para trabalhar, não vivo pra, não sou aquela que vai golpear a idiotice do mundo, nem vou fazer sucesso. Quero é ser boba, como escreveu Clarice Lispector (leia aqui), um desses bobos que ousam ser felizes apesar de.

E quanto à pergunta lá em cima, respondo: o sol não tem pra quê. O Sol é. Já percebeu o quanto?

O que eu quero dizer com isso? Certas coisas não deviam passar despercebidas. Então, pare e ouça uma música de vez em quando. Tem um arco-íris te esperando...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Meu novo espelho

Hoje, eu ganhei um espelho. Foi presente de alguém que não leu a minha postagem Espelho, espelho meu. Fiquei tão surpresa... Era um desses espelhos para se ver de corpo inteiro. Eu me olhava, pensava na coincidência e não entendia a piada. Por que o presente chegava exatamente agora? "Por pura coincidência" – disse-me a razão. "Foi para ver o bonito por inteiro" – falou o meu coração. "Porém, meus olhos não dizem nada..."

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Espelho, espelho meu

O dramaturgo francês, Edmond Rostand, autor da peça Cyrano de Bergerac, escreveu à respeito do próprio envelhecimento: "Os espelhos não são mais os mesmos". Li isso e pensei nos meus espelhos. Acho que eles também não são mais os mesmos.

Considerando que espelho para mim é tudo aquilo que reflete minhas escolhas, minhas atitudes, o tempo que passa, os ideais e as conquistas, não me espanta que mudem. Espanta-me perceber o quanto mudam, espanta-me achá-los mais bonitos.

Meus amigos refletem a minha capacidade de cultivar, doar e andar junto. Isso é bonito. Meu trabalho reflete uma escolha certa e, com ela, o uso dos meus talentos. Bonito também. Minha família reflete amor, tolerância e os maiores sustos, porque só uma família – espelho de verdade – é capaz de mostrar pra gente os nossos maiores defeitos. E enxergar defeito é desafiador, porque é parte do acerto. Isso não é bonito? Tem outros espelhos interessantes, como os novos hábitos. Neles, vejo uma Iêda diferente, buscando acertar o caminho que leva à saúde, serenidade e paz. Um desses hábitos-espelho é a meditação. Outro, que me revela melhor, é a minha visão otimista do mundo, das pessoas, dos fatos.

Irremediavelmente portadora da síndrome de Polyanna, deve ser por isso que ando achando meus espelhos tão bonitos.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Leveza

Agora, eu quero a leveza de ser. Por isso, posto algo que li hoje e que me inspirou bastante:

Esqueça essa história de querer entender tudo.
Em vez disso, VIVA.
Em vez disso, DIVIRTA-SE.
Não analise, CELEBRE!
(Osho)

Amar o inteiro

Olhei para o menino e vi felicidade. Não era um menino qualquer e não era a felicidade como a entendemos, feita de um momento, de uma conquista, de um presente muito bom ou de possibilidades futuras. Era felicidade duradoura. Perguntei pra mãe o que o fazia tão feliz e ela respondeu que seria mais fácil dizer o que o deixava triste, pois estar feliz era um estado quase permanente. Então, quis saber: o que o deixa triste? Discussões, brigas, desentendimentos. Segundo a mãe, o menino não suportava ver pessoas em discussões acaloradas. Tenho dúvidas se entendi a grandeza disso naquele momento, mas está claro agora.

Discutir é não saber ouvir, é deixar o amor calar para o ego falar alto. O menino se entristece com a falta de entendimento, com a incapacidade de colocar o amor em primeiro plano. Percebo pessoas que se amam colocando a necessidade de ter razão em primeiro plano, ao invés de simplesmente aceitar o outro em sua inteireza.

Porque amar o inteiro é enxergar além das falhas e defeitos. Amar o inteiro é entender que as pessoas sempre têm noção dos próprios desafios na evolução inevitável a que estamos sujeitos. Amar o inteiro é acreditar nas intenções de mudança, por mais que ela demore a se concretizar, porque algumas vezes o processo é longo mesmo. Amar o inteiro é confiar no potencial humano. Sim, é isto: amar o inteiro é exercício de confiança.

Dizem que devemos nos colocar no lugar do outro para que haja melhor entendimento. Não sei. Ando pensando que o entendimento acontece quando aceitamos que o lugar do outro é o lugar do outro e que o nosso lugar é o nosso lugar. Entre este e aquele, deve haver uma intercessão chamada compreensão.

No dia em que me despedi da mãe e do menino, vi uma relação de amor inteiro, amor recíproco, sem necessidade de palavras. O menino, com paralisia cerebral, não se comunica desta maneira. Ele sente e vibra com o mundo. Isso fortalece. Isso eu compreendo.

sábado, 23 de abril de 2011

Sentimentos bons

De vez em quando, tenho a grata satisfação de encontrar textos interessantes na internet, seja em revistas, blogs ou afins. Hoje, encontrei um texto sobre sentimentos positivos que podemos cultivar para, cada vez mais, mantermos a sintonia com a tal felicidade.

Eu, que ando apostando minhas fichas num viver mais sereno, saudável e bem-sucedido, confesso que, às vezes, fica difícil contornar o ceticismo das pessoas mais próximas, gente que talvez tenha acompanhado tantos planos de mudança fracassados, que passam a desacreditar. E o que eu faço? Agora, a minha forma de contornar é deixar de girar em torno do que os outros pensam. Estou meditando para ter certeza de que os meus objetivos têm origem no meu coração e de que são eles que elevam meu astral e animam a minha alma. Como li na matéria hoje, isso e ter esperança. O mundo pode desacreditar. Eu não.

Há outros sentimentos bons que estão fazendo parte do meu repertório e que foram citados na matéria: gratidão por tudo o que tive e tenho, pelo tanto que andei, por todas as mudanças que já concretizei, mesmo as mais sutis. Orgulho do que vivi, porque a minha história não está começando agora, vem de uma longa estrada de escolhas, realizações e conquistas. Interesse pelo mundo de possibilidades que está à minha volta. Serenidade, essa capacidade de estar comigo mesma e saber que o refúgio mais seguro sempre esteve do lado de dentro, e não do lado de fora. Admiração, porque “estamos cercados por belezas naturais e gentilezas humanas" e é bom parar para ver. Eu paro para ver e me calo para ouvir.

Agora, falo do amor, porque acredito mesmo que "ainda que eu tivesse uma fé capaz de mover montanhas, se não tivesse amor, eu nada seria." Quando medito ou quando faço minhas orações, amo os cínicos e irônicos, os que temem e me assustam, os indiferentes e os brutos, amor que é sentimento puro, que ultrapassa razão e lógica.

Dizia um velho conhecido, ao ler estas coisas que escrevo: " você é tãaaaao religiosa". Isso me envergonhava. Agora, soa como seu eu estivesse voltando para casa.

Fiquei feliz e serena ao ler o que o meu coração já sabia. Se quiser ler também, e só clicar aqui.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Enxaqueca

A palavra é horrível. Preferiria amigdalite, laringite, estomatite. Mas foi enxaqueca mesmo. E tem cinco dias. Não durou assim, o tempo todo, mas sempre volta a incomodar. É como perda: dolorosa de qualquer jeito. Até quando a gente lembra, até quando a gente esquece. A moça da acupuntura concorda comigo, diz que isso é efeito de mudar. Primeiro, explode tudo por dentro, despois manifesta por fora. Ai, ai... Juro que respiro fundo, juro que sou zen.

Outra vez os astros

Eu já tinha desistido. Há tempos não dava muita bola para o que diziam os astros. Mas sou tão influenciável... Bastou um livro, um comentário de autor sério, uma dica de como lidar as previsões e cá estou eu, louca para fazer o mapa astral.

A procura já começou. Ainda não encontrei a pessoa séria e competente que desejo. Encontrarei, não tenho dúvidas. Enquanto isso, deixo um comentário do Paramahansa Yogananda, extraído do livro Autobiografia de um Iogue, no capítulo cujo título provocativo me divertiu muito: Mais esperto que os astros. Veja aí:

"Vim a compreender que a inscrição dos astros na hora do nascimento não significa que o homem seja um fantoche de seu passado. Sua mensagem é, na verdade, uma cotovelada no orgulho; o próprio firmamento procura despertar a determinação humana de ser livre de toda limitação."

E, agora, um resumo da previsão do mês de abril para os aquarianos, vinda do Terra Esotérico:
"Novos acordos de negócios, convites e encontros sociais, novas amizades e muitas viagens... Tudo pode acontecer, menos a passividade e calmaria. Quando a energia é excessiva, como será a deste mês, costumo aconselhar maior dedicação à saúde. A fase é ótima também para refazer planos e projetos e para pensar em novas formas de aumentar seus rendimentos. Depois de uma fase mais voltada para o amor e os relacionamentos você passa por um momento de dúvidas, pois Netuno pode atrapalhar um pouco. Netuno é uma energia fluida e você deve aprender a lidar com ela para evitar confusões. Entretanto, o Sol entra em Touro no dia 20 e faz com que suas energias fiquem mais voltadas para as questões domésticas e relacionamentos familiares. Boa fase para pequenas reformas e para a mudança da decoração. "

Se quer ler as previsões para o seu signo, clique aqui.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Infinito particular


Estava pensando no quanto mudamos ao longo de um ano, com o passar dos dias e, às vezes, até numa questão de horas, diante do impacto de alguns fatos.

Mudamos muito, inclusive o foco e os interesses. Ocorre que umas pessoas são sensíveis para a própria mudança. Outras não. Ocorre que umas pessoas estão atentas para o diferente do outro. Outras não. Ocorre também que, às vezes, falta tempo pra gente se olhar e medir mudanças.

Um dia eu me olhei. Esse dia foi segunda-feira, quando Tereza escreveu que estava sentindo saudades das amigas, de cada uma no seu particular. Amei o e-mail e a doce provocação que foi para mim.

Gosto muito da música Infinito Particular, de Marisa Monte, e também da expressão em si. Ao ler a palavra particular, fiquei comovida, porque a entendi como o que é único, exclusivo, insubstituível. Ela me inspirou.

Fui em busca do particular das amigas, entrei em sintonia. Não o fiz relembrando cenas ou feitos, como num filme. Não foi pescando palavras na memória, como quem lê um diário. Foi desenrolando o sentimento amoroso, onde não cabem cenas, nem falas, apenas a clara evidência. E foi como o calor de um abraço.

Marisa Monte cantou e eu ouvi com a emoção de quem aceita um bom convite:

"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça a sua parte..."

Eu fiz a minha parte, retratei cada uma. Talvez eu tenha visto simpatia, susto, sensibilidade... Mas isso importa tanto quanto as ondas do rádio que ninguém ouve agora. O importante foi ir além do melhor e do pior, transcender o quilate, foi retratar o que fica depois das partes, foi reparar o inteiro. E eis a novidade: o inteiro está à beira do infinito. Lá, onde tudo soma e se iguala.

Então eu descubro a grande mudança: estou vendo as pessoas com outros olhos. No amor e na dor, mudei. Agora, tenho noção do insignificante do Mim sem o Ti. Não estamos todos ligados, eu, as amigas do Entre Nós e todo mundo? Então, é sua vez:
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber.


Tereza quis saber como vamos. Respondo: Vou bem-acompanhada.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Rota de mudança

Quando se parte em busca do novo, entra-se em sintonia com o mundo das possibilidades. É quando a gente pode dizer: algo vai acontecer. De um jeito ou de outro, algo vai acontecer.

Vivo um momento assim. Parti em busca de algo novo. Sai da zona de conforto. Tudo bem, porque, nessas horas, o conforto é diferente. Se mudar é assustador, é também sinal de vida. Eis aí o que há de reconfortante. A aventura de viver inclui mudar, inovar, resgatar, sair do lugar...

Colocar-me a caminho e entrar numa rota de mudança é o único jeito que eu conheço de fazer o sonho juntar-se à realidade, de combinar causa e efeito, de somar razão à emoção.

Estou investindo em novos hábitos, em outros cuidados com o corpo e com a alma. Isso quer dizer: meditação, acupuntura, florais, manter-me no controle e ser capaz de cuidados especiais, como pintar as unhas, me enfeitar, colorir a cena.

Parece simples, mas envolve muito. Às vezes, eu me espanto, quero desistir, mas peguei um caminho que não tem mais volta. Aquela que eu era, já não é mais. Então quem sou eu agora? Vem-me uma imagem e, nela, eu sou apenas uma largata presa no casulo, acreditando que pode voar alto. O jeito é aguardar a hora de sair pa-ci-en-te-men-te.

Estar no casulo me remete a outro acolhimento: "Faz de conta que estou deitada na palma transparente da mão de Deus." E quem disse isso foi Clarice.

domingo, 3 de abril de 2011

Cantar e espantar

Cantar para espantar os males ou cantar e espantar os ouvintes? Qualquer um dos sentidos adequa-se a mim. Vou cantar e espantar. E daí?

Assisti a um programa na GNT em que uma entrevistada falava sobre os benefícios de cantar. Faz um bem danado pra saúde. Inclusive, combate o stress.

Então, vou contrariar o meu irmão que, certa vez, ao me ouvir cantar, perguntou: "Você gosta de cantar?" Respondi que sim e ele completou: "Então, por que não aprende?" Hoje, eu responderia: "Por que não preciso". Pra usufruir dos benefícios do canto, não precisa cantar bem. Palavra da pesquisadora.

Vou cantar sem dó. Ou com. Sei lá... Vai depender.

terça-feira, 29 de março de 2011

Tempo à toa

Estou no mundo. E, estando, convivo e me encontro com as pessoas. Mas nem sempre. Há dias de ficar sozinha. Quisera que fosse lendo, meditando, assistindo a um filme bom na TV. Mas não, nesses dias, eu permaneço aqui, diante do computador e tudo o que encontro é trabalho.

Ontem, durante uma sessão de acupuntura, me peguei pensando sobre o que deveria fazer para aliviar o stress, que foi o diagnóstico da médica. Então, me deu vontade de rir, porque até a acupuntura, que devia ser relax, tornou-se um sacrifício. Foi um tal de acordar cedo, fazer uma caminhada apressada, acelerar a manhã toda, enviar os e-mails correndo, olhar para o relógio e não acreditar, chegar dez minutos atrasada e depois ficar elaborando uma lista das obrigações do dia. Só para aproveitar melhor o tempo.

Interessante foi dizer que não faltaria à sessão, porque era um tempo dedicado a mim mesma. Como assim? Onde estava o cuidado e o prazer de permanecer ali?

Em retrospectiva, entendo que nada, absolutamente nada tinha mais importância do que cuidar de mim. E o engraçado é que eu sei que, no final, tudo sempre dá certo, mesmo que eu alivie as urgências. Porque, então, eu cismo em cumprir prazos malucos e em fazer o impossível? Talvez para provar que consigo, talvez para ter assunto. Sei lá... Sei que isso, sim, é usar mal o tempo.

E que fique claro que não reclamo de ter trabalho. Amo o que faço e sou grata por fazer o que gosto. Só reclamo dos prazos. Pois, amanhã, eu juro que descanso.

segunda-feira, 14 de março de 2011

1 x 0 para mim

É vitória nobre vencer a segunda-feira que desafia o ânimo e o humor. Eu venci!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Tempo bom

Choveu o carnaval inteiro. Eu estava aqui, quietinha, bem na minha, e curti como nunca esses dias. Muito filme, comidinhas quentes, alguns amigos, livros e – escolha sábia – conserto de roupas. Preguei botões, costurei, inventei e customizei. A chuva foi boa para o meu guarda-roupa e para mim.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Caros amigos

A conversa era sobre tratamentos alternativos, destes que sempre estão em pauta por aqui. Falávamos de florais, acupuntura, homeopatia, massagens, chás e sobre o bem-estar que cada um deles propociona. Minha amiga citou exemplos e concluiu que, sim, cada um dos tratamentos que já fez deixou resultados positivos. Minha concordância não foi sem causa. Lanço mão do que posso para ficar bem e para encontrar um pouco mais de equilíbrio na vida. As opções vão desde meditação aos chás de cada dia. Mas,naquele momento, a minha atenção voltou-se para algo que também faz um bem danado pra gente: boas amizades. Não disse nada, porque, de repente, estava tão imbuida de um sentimento de paz, reconhecimento e afeto que tinha medo de falar e a mágica se desfazer. Falo agora.

Amigos são possibilidades de momentos diferentes. Cada um traz uma resposta, uma questão, um olhar que revela quem somos, para onde seguimos, como e com quem. Alguns são companhia para rir. Outros, para ouvir. Há aqueles que falam. Tem amigo que dá conselho e amigo que não quer saber de problemas. Com estes, a gente se diverte. Com aqueles, a gente se compromete. E não tem nada melhor do que poder comprometer-se com a certeza da discrição, compreensão e afeto.

Para mim, amigos são por muito tempo, como aqueles produtos que se compra e, com satisfação, lê-se no rótulo: Prazo de validade indeterminado. É quando se pode ter calma para consumir. Amigos verdadeiros também são assim. A gente pode deixar de ver, não ligar, mas quando a vontade diz que é hora, pode-se ir sabendo que o carinho não passou do ponto.

Ter bons amigos é um santo remédio para o tédio, para a solidão, para o medo de seguir, para os dilemas existenciais e para muito mais. Eu tenho grandes amigos e, ainda que fique um tempo longe de uns e outros, eu sempre volto. Só porque eu não dispenso o valioso da minha vida. E, caros amigos, vocês são mais do que isso, são quase imprescindíveis.

Então, esta postagem fica sendo assim, como uma declaração de amor para cada um de vocês.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Boas agulhadas

Uma lombalgia me levou de volta às agulhas. Depois de duas sessões de acupuntura, estava me perguntando: "Por que fiquei dois anos sem este tratamento?" Será que sou só eu ou todo mundo tem a mania de deixar tratamentos preventivos para depois? E eu tenho mais: desenvolvi o hábito de priorizar o trabalho e os outros. Assim, fica fácil achar que três horas por semana dedicadas a mim mesma são um desperdício de tempo.

Mas, hoje, já na terceira sessão, constato mudanças que me incentivam a continuar. Não tenho mais dores lombares, durmo melhor, estou mais relaxada e com grande disposição. Então, a promessa deste ano é aguentar as agulhadas para manter "a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo." Eu acho que consigo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Tempo pra que te quero

Hoje vou falar sério: um dia vale muito. Em alguns momentos, isso fica tão evidente que me impressiona a minha capacidade de, às vezes, desperdiçar o meu tempo. E que fique claro: descansar, cozinhar para a família e para o amigos, parar de trabalhar mais cedo e ir ao cinema, passar um dia inteiro lendo, matar aula e ir para a cachoeira (estes últimos cito em homenagem à Maria T.) nada disso é desperdício. O que considero desperdício são os minutos que gasto me preocupando, são as horas em que fico triste, porque, no fundo, nada disso é produtivo, não resolve, é desperdício puro e simples.

Escrever demais também é. Agora eu quero o tempo para descansar. Ponto e até...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Posso ou não posso?

Posso muitas coisas. Mulher independente, consciente, com grande senso de responsabilidade com o que vivo e faço, um tanto de afeto pelas pessoas que passam por mim e até pelas que não passam, com muita vontade de fazer a coisa certa e a grande ilusão de que isso está certo, posso muito. Posso trabalhar, posso me manter, posso escolher o pão de cada dia, posso me divertir, posso ligar ou não ligar, posso mudar de ideia, posso correr, posso seguir lenta, posso isso, posso aquilo.

Mas, hoje, a sintonia foi o que eu não posso. Pensei nisso e a lista desenrolou-se enorme... E olha que eu desconsiderei os não-consigo, como, por exemplo, filosofar em alemão ou tocar violão.

Começa assim o meu esboço do que não posso: não posso desistir do que me toca, não posso ficar alheia aos fatos, não posso virar as costas se alguém me importa, não posso mudar as pessoas, não posso decidir pelos outros, não posso me impor, não posso alterar a história, não posso exagerar no sal e no açúcar, não posso me afastar das pessoas que mais importam na minha vida, não posso dormir sem escovar os dentes, não posso ignorar minha saúde, não posso me isolar do mundo, não posso matar o tempo.

Mas, agora, me ocorre uma pergunta: Será que, com amor, eu tudo posso?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ira solta

Há momentos em que eu vejo claramente o que devo fazer para não perder o humor, o dia e a calma. Mas isso só acontece quando não sou eu no palco. Quando entro em cena, nem sempre dá para segurar a simpatia e a classe. Desce-lhe o chicote, ira! E depois arrepende.

O que é que a gente faz com profissionais mal-treinados e arrogantes? O que é que a gente faz quando alguém nitidamente te culpa pela infelicidade que é dele? O que é que se diz para aquele que desdenha de todo nosso esforço? Para onde a gente manda aquele que buzina nem bem abriu o sinal ou aquele que rouba a vaga? Não adianta essa história de contar até dez. Nunca vi funcionar. Não adiantar respirar fundo, só dá fôlego para falar mais alto.

Hoje, eu aproveito que estou calma e investigo a questão. Acho que respirar fundo e sair com elegância é algo que começa antes de se entrar em cena. A atitude deve ser anterior ao primeiro ato.

Minha receita começa por tomar floral (Impatiens para todos, please!). Há também que se rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria quando for à Tok&Stok, ao Carrefour ou à Secretaria da Receita Federal (esta lista varia de pessoa para pessoa). Pode-se fazer simpatia, levar um saquinho de sal grosso na bolsa e uma oração de São Jorge. Adianta pedir ao anjo da guarda um pouco mais de calma. Mas bom, bom mesmo, é sair de cena rápido. Porque, quando a situação complica, é elegante não esticar o barraco. Sem mais palavras.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mais velha

A moça mal chegou aos trinta, sente-se velha e, no meio da conversa, escapa a irritação com o tempo que passa rápido. É sempre assim.

Então, que papo é esse de que ficar mais velho pode ser uma dádiva? É apenas papo de quem ainda se recupera do susto diante do espelho? Não. Envelhecer pode ser diferente. Acredito na beleza das idades e do vivido. Mas para sabê-lo, é preciso ter saído da casa dos 20, 30 e, em alguns casos, até dos 40. Tem também gente que talvez não vá saber nunca.

Falo com algum conhecimento de causa. Acabei de completar 46 anos. Quando tinha 20, achava que 46 era a beira do precipício da velhice. Não é assim que me sinto agora. Sinto-me algumas coisas mais. Mais próxima de quem sou realmente, mais amorosa com o mundo, mais tolerante, mais intolerante outras horas, mais realista com meus compromissos e realizações, mais calma, mais frágil e também mais dura quando é necessário, mais corajosa e mais medrosa, porque aprendi que o medo tem importância salvadora...

Sinto-me, sobretudo, mais sábia. Agora eu reconheço que o que sei é quase nada. Não sei o sentido da vida, nem como funciona o raio laser, não sei expirar culpas nem se há vida após a morte, não sei como a semente brota nem porque a célula tem memória, não sei qual a solução para a fome nem como se dá poder a tantos imbecis. Não sei e é tão libertador não ter que saber! Isso é fruto da idade. A gente começa a desperdir-se e o primeiro da fila é a pretensão de que sabe muito, depois vem a pretensão de que se é insubstituível. A gente é mais do que isso. Muito mais.

Então, posso concluir que estou mais na vida do que antes. E devo dizer que tenho mais rugas e estou mais flácida. E daí? Se a gravidade leva a vaidade abaixo, a cabeça e o coração dão um up.

Falo a verdade ou não? Vai viver pra saber...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um dia depois do outro

Desde ontem, estou pensando nisto: viver é uma questão de dias.

Não de minutos, porque é pouco. Não de instantes, difíceis de captar. Para saber do intante, é preciso ser zen (isso eu ainda não sou). Também não é questão de horas. Estas, às vezes, não fazem o menor sentido. Quando estou dormindo, por exemplo. Mas um dia, um dia inteirinho, dá para mudar uma vida. Cismei com isso.

Então, ontem, minhas escolhas se processaram a partir de uma pergunta: "o que fazer para tornar este dia importante, como de fato é?" E não dei conta de desperdiçar meu tempo. É nisso que dá ser consciente.

Talvez amanhã eu chute o balde – o que também é válido –,mas, hoje, o que há é este dia que não vai passar em vão.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Basta este dia

Que importância tem não dormir direito? Que importância tem os pesadelos? Que importância tem acordar no meio da noite, olhar em volta e não reconhecer o próprio quarto? Que importância tem a sensação de estar longe de casa? E, por fim, que importância tem o sentimento de impotência a que se segue o pensar no sentido da vida?

Nenhuma. É um alívio imenso abrir os olhos e ver que o relógio indica a hora de começar a rotina. Quando o dia amanhece, os pensamentos sombrios da noite são vistos à luz da razão. O sol brilha lá fora e aqui dentro.

Por isso, a rotina é libertadora. E lá vou eu para a caminhada matinal, abrir os braços para o sol, respirar fundo, saudar o novo dia que chega.

O dia que começa, este, sim, tem importância. É bom pensar que podsso mudar o rumo, que posso escolher palavras melhores, caminhos mais longos – porém mais certos. Valorizo a importância das possibilidades. Sem elas, o que há são apenas repetições e a inevitável frustração. Enquanto eu ainda tiver uma nova ideia para a vida, o sol irá brilhar após as noites sombrias. E eu sou tão boa em ter esperança, sou tão otimista! Não sei de onde tirei isso. A vida não foi uma maravilha. Nunca é. Ainda assim, tenho prazer com o que vivo e respeito pelo que vivi.

Claro que faria outras escolhas se me fosse dada a chance, claro que não diria tanto sim. Mas, depois da noite ruim a que me refiro – e foi ontem –, veio-me a certeza de que estou em pleno inferno astral e de que ele existe para isso mesmo, para pensarmos no vivido. Posso até usar a balança, como Carlos Drumond de Andrade, para “medir o tempo perdido”. Posso ficar "à espera da manhã que venha trazer leite, jornal e calma”. E daí? A manhã sempre vem.

Viverei este dia com a consciência de sua importância. E basta. É o que desejo pra você também.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Feitos para vencer

Para que são feitos os desafios? Para serem vencidos, para levar mais longe, para moldar os fortes e para assustar a gente.

Tenho, hoje, dois grandes desafios e a certeza de que vou encarar. No mínimo, estarei mais forte esta noite.

Minha preparação foi uma caminhada ao sol, suco de frutas, um banho zenPERFUMADO,uma roupa mais bonita, uma música para inspirar e um apelo ao anjo aqui do lado: Coopera comigo!

">

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Coisas da vida

Afeto que toca e um pouco de vento, caminho novo e aquele sorriso, dia de sol e um pouco de chuva, a dor que sara, muitos elogios, a notícia esperada e um bom amigo, o belo sonho e palavras bem-vindas, riso solto e um abraço apertado, aniversário chegando e coração batendo...

Vou vivendo e aprendendo que coisa boa não é coisa.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Qual a sua simpatia?

Simpatias funcionam? Claro que não. Quem é maluco de acreditar que juntar um punhado de moedas e colocar debaixo de um vaso de planta vai trazer mais dinheiro? Eu não. Por isso, me pergunto: Por que faço?

Não, não coloquei moedas debaixo do vaso, porque daria trabalho tirá-las de lá em caso de necessidade. O que é um contrassenso. A ideia não é justamente não precisar das míseras moedas? Dessa simpatia eu escapei, mas coloquei nove moedas dentro um saquinho vermelho, amarrei com uma fita amarela e carreguei dentro da minha bolsa o ano inteiro. Tive um ano bom nesse aspecto. Por isso, vou renovar a simpatia. Se duvidar também, faça o que eu faço e não o que eu digo.

Para fechar o assunto, ontem, uma amiga enviou-me uma mensagem com dezenas de simpatias para o ano novo, que começava assim:
"Simpatias funcionam porque todo ato de vontade é uma forma de magia. Magia é a capacidade de realização, que emana de forças psíquicas e transforma em real uma vontade dirigida."

Que bom argumento me deu! Então, dá-lhe simpatias. Abaixo, as que julguei mais simples.

Para atrair o dinheiro.
Fazer um defumador com algumas folhas de louro e acrescentar um punhado de açúcar e um punhadinho de erva-doce e diga: "dinheiro e fartura" ao defumar a casa de trás para frente, ou seja, dos fundos da casa para a frente.

Para nunca faltar dinheiro. Coloque 3 moedas no fundo de um saleiro. Nunca deixe faltar sal em cima das moedas. Dinheiro na mão o resto da vida.

Para emagrecer. Em uma quarta feira pela manhã coloque em meio copo de água o número de grãos de arroz correspondentes aos quilos que você deseja perder. Não coloque grãos a mais do que você deseja, pois os quilos perdidos não são recuperados. A noite beba a água deixando os grãos de arroz, completando novamente com meio copo de água. Quinta-feira pela manhã, em jejum, beba a água deixando os grãos de arroz, completando novamente com meio copo de água.Sexta-feira pela manhã, em jejum, beba a água com os grãos de arroz junto.
Obs.: Conserve o mesmo copo durante o processo. Distribua cópias da simpatia correspondente aos quilos que deseja perder; Comece na quarta feira após distribuir as cópias

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eu e a rede

Uma vida feita de aspirações e realizações. É com isso que a gente sonha. Então, vêm os astros e interferem, vem a economia e muda o rumo, vem a rotina e acentua uns hábitos... Se não se tem força, para onde vai a nau?

Quero seguir o meu destino. Por isso, hoje, resolvi ler o horóscopo de 2011. Diz o famoso Quiroga que a sintonia com o que se é promove um alinhamento com as forças do Cosmo. Aí, o horóscopo passa a fazer sentido. Então, depois de meditar, eu leio.

Vejamos:
O que eu não sabia
Grandes mudanças estão por vir e quem estiver atento levará maior vantagem.

O que eu já sabia
Lembre-se que o dinheiro não é tudo na vida, mas é essencial para a sua sobrevivência. Por isso, cuide bem do seu trabalho. As ocasiões para crescer não faltam.

O que eu não queria saber:
Os aquarianos enfrentarão períodos de maior cansaço e prostração, que podem ser resultado de noites mal dormidas e preocupações.

Quem há de reclamar? Só preciso me lembrar de comprar uma rede para descansar.