quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sonhando acordada

Digo que na minha casa há espaço de sobra para o novo entrar e que já posso sonhar. Aí, fico pensando: Com que sonha esta mulher? Resolvi responder para mim mesma e para o mundo.

Sonho com liberdade e todos que me conhecem sabem bem do que falo. É um sonho grande, que acalento todos os dias e noites. Eu, que sempre escolhir meus próprios caminhos, que me responsabilizei pelos meus passos, eu que sempre quis voar um pouco mais alto, não me contento com menos do que isso para todos os que amo. Então, que sejam livres, que todos sejam capazes de andar por aí e ir fazendo seu caminho, concretizando uma história mais bonita. Principalmente, a minha menina querida.

Sonho em ousar um pouco mais e mudar de área. Quero fazer dos cheiros, temperos, textos e experiências zen o meu modo de viver. Sobretudo, espero que o sucesso seja medido pela felicidade – minha, de quem está comigo e das pessoas que comprarem as ideias e produtos.

Sonho em andar mais leve. Não quero carregar mágoas, lembranças tristes, remorsos... Neste sonho, duas pessoas me inspiram. Dona Isabel, minha vizinha de 90 anos, e minha tia Ciza, com seus 89. Duas mulheres vividas, alegres e lindas. Quero viver esta inspiração, quero fazer o que gosto, dizer o que posso, rir com gosto, pintar os lábios com outras cores, vestir uma roupa florida, ouvir mais música e ler mais livros.

Sonho com uma casa no campo. A moça urbana agora quer roça. Cansei do asfalto e das conversas de boteco. Quero quietude para um ótimo recomeço.

E sonho com uma longa viagem com Sô Rogério.

É só. Por enquanto. Até o meu aniversário, a lista deve aumentar um tanto. E daí? Eu posso. Eu sonho.

A alma da casa

Corri, corri e, enfim, cheguei. Dezembro é o mês mais louco e mais sensacional do ano. Eu gosto da loucura de trabalho em excesso, confraternizações, luzes, compras, correria, conselhos para o fim de ano perfeito e um ótimo recomeço, votos de boas festas, mensagens para os amigos, viagem, festas. Mas, este ano, somei mais uma trabalheira aos meus rituais: limpei a casa para o novo.

Foi assim: recebi uma mensagem sobre o solstício de verão, que acontece no dia 21 de dezembro. A proposta era preparar a casa e, neste dia, celebrar a entrada do sol, a luz do recomeço. Confesso que quase desisto, porque era trabalho demais somado a outros tantos. Mas sou tão obstinada com as coisas que fazem bem à alma, que encarei o desafio.

Limpei todos os cantos, joguei fora papeladas antigas que amarelavam no desuso. Estou mudando, inovando a vida. Então, por que acumular tantos registros do passado? Bastava algumas peças para ilustrar a história. Guardei pouco, apenas o valioso de mim. A limpeza foi completa. Doei roupas, arrumei gavetas, inovei nos cantos e nos enfeites da casa. Depois viajei. Quando cheguei, abri a porta, respirei fundo e confesso que havia no ar um quê de leveza, mas também uma coisa meio parada. Faltava abrir as janelas? Talvez.

No dia seguinte, a faxineira completou a limpeza. Aí, circulei pela casa me sentindo a dona do pedaço e feliz com isso. Em cada cômodo, eu vi meus modos, escolhas e expectativas. Depois pensei: “Chegou a alma da casa!”. Claro, a casa sou eu e fico feliz de saber que, nas gavetas e prateleiras, há espaços de sobra para o novo entrar. Então, sim, eu posso sonhar.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ouço uma voz...

Ouço os primeiros acordes. Em segundos, transporto-me para outro cenário. A música me leva a imaginar cores, texturas e movimentos indianos. Respiro fundo e me concentro. Apenas respiro e isso também me transporta. Agora, para o lado de dentro. Meditar é estar lá e cá...

De repente, uma voz se eleva. É ela. Venho de dentro pra fora com escala no Nordeste brasileiro. A magia se quebra. Tento me acostumar, mas oscilo entre relaxamento e riso.

Quase não acredito que comprei um CD para meditar e que a voz me faz dar gargalhadas. Alguém pode meditar ouvindo uma mulher com sotaque nordestino? Entendam-me bem: nada tenho contra o sotaque. Até gosto muito. É que pra ocasião não combina. Tinha de ser locutor profissional que, aliás, existem pra isso mesmo.

E quer saber? O trabalho é dos mais competentes que já vi. A técnica é muito boa, o layout da capa é muito bom, o encarte é de extremo bom gosto. Precisava pecar na locução? Tenha dó!

Será que um dia eu me acostumo?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Foi assim

Foi assim, um ano se passou e eu não vi. O miléssimo visitante veio aqui e eu não vi. Chego agora e vejo: 1015 visitantes. Claro, uns 100 acessos devo a mim mesma. Mas e o outros? Pra você que veio aqui e que eu não vi. Pra você que veio calar pra ver e eu mostrei, um pouquinho que seja. Pra você que veio só conferir. Pra você que vem sempre aqui e fala pra mim. Pra você que já passou e não conta pra ninguém. Pra todos vocês, muito, muito obrigada por compartilhar das minhas palavras. Estou aqui. Permaneço.