quarta-feira, 27 de agosto de 2014

E o bolo não cresceu

Existem receitas que a gente sabe de cor. Mesmo assim, sempre olha a lista de ingredientes e algum detalhe do preparo antes de colocar as mãos na massa. Só pra ter certeza de que o bolo vai ficar fofinho,  de que a feijoada vai cozinhar por igual, a carne vai sair do forno no ponto e outras relevâncias culinárias do tipo.

Mas, um dia, a pressa fala mais alto, a preguiça conta mais, a convicção do saber dá segurança, a alegria de fazer diz que basta e, então, dá tudo errado.

Olha, a expressão "na melhor das intenções" devia valer alguma coisa para as catástrofes de forno e fogão – pra não dizer também da vida. Mas não vale nada.

Foi na melhor das intenções que fiz a geleia para rechear o bolo. Foi na melhor das intenções que deixei o chantily gelar bastante. Foi na melhor das intenções que deixei os ovos na temperatura ambiente para o creme ficar perfeito. Estava tudo certo, estava tudo sob controle, mas eu estava no embalo de tantos afazeres, que me esqueci de colocar o fermento.

O bolo foi para o lixo, o tempo foi perdido, os ingredientes usados foram um desperdício. 

Se tem uma coisa que não tem graça é dizer para quem espera uma bela obra: o bolo não cresceu.

Ainda bem que já lavei a batedeira e guardei o chantily e o recheio. Estou a meio caminho do bolo perfeito, que farei amanhã. É sempre assim, nem tudo está perdido.

E a vida tanto disso...

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Arroz queimado

É assim na cozinha, é assim em vida: um dia a maionese desanda, o arroz queima e o angu empelota. E é assim pra todo mundo. Ninguém escapa da frustração de ver uma receita considerada infalível dar errado.

Bom humor ajuda? Nem sempre. Pode ser que, um dia, você pise primeiro com o pé esquerdo.  O melhor mesmo – e ainda assim pode falhar – é o velho bom senso, que considera o tamanho do estrago e a sua importância. Porque, definitivamente, arroz queimado não tem a importância de um resfriado, que não tem a importância de uma pneumonia, que não tem a importância de uma missa de sétimo dia.

Queimou? O negócio e raspar o bom da panela e jogar fora o que não presta. Se preciso, fazer tudo outra vez.

Se não há como fazer de novo, é seguir em frente com convicção e sem culpa. No cotidiano também. Palavras ditas não podem ser descartadas, engolidas ou irem para o lixo. Vamos esquecer e seguir adiante?

Para tirar o cheiro de queimado do arroz

1- Colocar um pano de prato molhado sobre a panela, tampar e esperar um pouco.

2- Outra maneira é acrescentar uma cebola de tamanho médio cortada ao meio. O cheiro e o gosto de queimado do arroz sairão facilmente.