terça-feira, 28 de junho de 2011

Palavras apressadas

Tempo corrido, horas aceleradas. Eu corro e acelero também. Tenho fôlego para a vida. Na rapidez e urgência desses dias, só espero não perder o fio da meada. Qual seja? Viver o bom da vida. Então, parei aqui.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A linha do tempo

A amiga observou que o tempo está passando rápido. Comentário bastante comum nas rodas de conversa. Estamos ficando mais velhos? O tempo da infância era moroso, esticava-se em tardes longas de dar gosto. Uma semana era uma eternidade...

E agora? Aos 46 anos, uma semana não vale mais que um encontro com as amigas, sete horas de caminhada-corrida, 49 horas de sono, umas 30 horas trabalhando pra valer e outras tantas buscando inspiração aqui e acolá. Vale também umas noites com o namorado, dois ou três telefonemas para as irmãs, um filme, essas coisinhas à toa. Agora, vale também um pensamento filosófico.

O que fazer com o tempo que passa rápido e vai deixando seus registros e sinais? Usar bem as horas de folga seria boa resposta. Mas não basta. Há tantos livros a ler, tantos fimes a ver, tantos lugares a conhecer... Não dá tempo. Viver bem cada momento talvez seja a opção mais acertada.

Na palma da mão, a linha da vida estende-se descendente. A da cabeça também. Porém, a linha do coração, anda reta ou sobe. Na minha vida cigana, nunca vi uma linha do coração que fosse totalmente descendente. Isso me diz muito. Há uma vida se consumindo, a chama da vela queimando, mas há um coração que se enriquece, que se aquece na luz dos encontros, nos afazeres, na graça de viver.

Então, descubro que já fiz a minha escolha. Transformo a linha do coração na minha linha do tempo. Tempo emocionado, tempo vivido, tempo aproveitado, tempo mais do que válido.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vi e venci

24 horas depois, posso dizer que venci por nocaute. A gripe não teve a menor chance. Estou boa que só vendo. Agora, só mais um chazinho para garantir. Sem remédios, sem estresse, sem sofrimento. Opções zen fazem bem assim, suavemente.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Estou no combate

Em nenhuma outra ocasião, lanço mão dos minhas armas zen mais do que quando uma gripe me ameaça. Ontem, ela chegou de mansinho, com uma dor na garganta, uma tosse seca e alguma indisposição. Ocorre que estou sempre pronta para o combate. Ando assistindo à derrocada de várias pessoas próximas e sei que esta, que se anuncia leve, pode ser uma gripe muito forte.

Então, corri para a cozinha e preparei um chá de melissa, cardamomo, anis e maçã desidratada. A noite estava fria e exigiu um par de meias e um pijama quentinho. Depois disso, cama e filmes leves. Não era hora de pegar pesado. Ao longo da noite, sopa, chá e chocolate quente muito forte. E fui dormir tranquila. O primeiro round foi meu.

Hoje, abri os olhos e avaliei a situação. A gripe ainda insistia. Era hora de outro chá e mais 30 minutos na cama. Isso feito, levantei-me mais disposta, aprontei-me como de costume e fui para a caminhada. O sol é arma forte. Fiquei tão bem que até corri. Belo golpe na gripe!

Banho quente, café com leite e a perspectiva de um almoço preparado com carinho pelo namorado. A tudo isso, digo que mereço e desfruto com justo apetite. E dá-lhe suco de acerola, goiaba de sobremesa, maçã para o lanche, suco de limão, laranja, pouco trabalho e muito cuidado. É assim que eu faço: vou criando meus textos como quem não quer nada, despistando, porque gripe gosta de quem não dá folga.

Para a noite, vaporizador com essência de alecrim, massagem com óleo de bergamota e mais chocolate quente (que boa desculpa é essa gripe!). Como criança, vou cantando assim: ela não me pega, ela não me pega...

Amanhã é outro dia. E o combate continua. Torçam por mim!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Um arco-íris te esperando

Certas coisas não deviam passar despercebidas. O sol numa manhã de inverno é uma delas. E se tem céu azul e o ar limpo, porque chuvou à noite, é para se perceber com alegria imensa. Ontem foi assim. Sai de casa, andei, curti o sol, aspirei o ar fresco, senti o vento no rosto, olhei árvores, pássaros, pessoas, abri os braços, e o céu estava azul, o dia estava lindo... Não deviam passar despercebidos. Para muitos, isso não tem a menor importância, eu sei.

Afinal, há tantos assuntos urgentes, tantas discussões aguardando ouvidos atentos, tantas providências a serem tomadas e tantas previsões alarmantes, há tantos compromissos de cidadão, eleitor, há necessidade de pessoas conscientes e tão poucos para exercerem este papel. Mas eu ouso perguntar: Pra que o sol neste cenário?

Já ficou doente, sem poder andar, entediando-se com o mesmo filme na TV, sem saco para ler, com dor, sem sono? E já aconteceu de você sarar e sair de casa achando tudo lindo? Comigo é assim. Só que eu não espero ficar doente. Eu vivo todo dia. Há algum tempo, eu vivo por viver. Não vivo para trabalhar, não vivo pra, não sou aquela que vai golpear a idiotice do mundo, nem vou fazer sucesso. Quero é ser boba, como escreveu Clarice Lispector (leia aqui), um desses bobos que ousam ser felizes apesar de.

E quanto à pergunta lá em cima, respondo: o sol não tem pra quê. O Sol é. Já percebeu o quanto?

O que eu quero dizer com isso? Certas coisas não deviam passar despercebidas. Então, pare e ouça uma música de vez em quando. Tem um arco-íris te esperando...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Meu novo espelho

Hoje, eu ganhei um espelho. Foi presente de alguém que não leu a minha postagem Espelho, espelho meu. Fiquei tão surpresa... Era um desses espelhos para se ver de corpo inteiro. Eu me olhava, pensava na coincidência e não entendia a piada. Por que o presente chegava exatamente agora? "Por pura coincidência" – disse-me a razão. "Foi para ver o bonito por inteiro" – falou o meu coração. "Porém, meus olhos não dizem nada..."