Atravessei a rua. Não o fiz como quem segue com pressa para um compromisso. Atravessei a rua ciente dos meus passos, atravessei como escolha pelo diferente, para colocar a vida em movimento. Um exercício banal que desconsertou a rotina e tocou minha alma. Atravessar a rua me vez pensar.
Em um ano, quantas ruas, avenidas e praças atravessei? Quantas vezes subi e desci escadas? Quantas vezes segui sem notar o tempo, os transeuntes, os cães, a morada do mendigo? Quantas vezes segui sem noção de que o tempo está no meu encalço e de que a pressa só nos torna mais íntimos? Quantas vezes segui sem saber que estava sempre no mesmo lugar?
Hoje não. Atravessei a rua, segui ladeira acima e olhei para o céu, vi promessa de um dia quente; depois, olhando para baixo, vi meus pés. Um, depois o outro. Adiante, vi uma moça seguindo tão rápido quanto um segundo. Aí, vi a vida passando.
E vi que a vida pode ser simplesmente uma história de ruas e pontes, de estradas longas e atalhos, de escolhas, de erros e acertos, de seguir em frente e voltar atrás. Posso falar de quedas, de cicatrizes, de tropeços e medos, posso falar de palavras e cabelos ao vento, de encontros e despedidas, de sapatos novos, apertados ou com a forma do pé; posso falar de lugares onde nunca estive, de lugares onde deixei pegadas e que deixaram marcas em mim, de lugares onde volto sempre e de outros para onde não desejo voltar.
Hoje, não fiquei preocupada com o ano novo, com o recomeço, com a novidade, não esbarrei na pressunção de conhecer essa estrada ou no orgulho de uma trajetória enfeitada. Estamos todos a caminho, vamos seguindo para algum lugar diferente, para outras conquistas ou, simplesmente, estamos voltando para casa. 2017 não é outro ponto de partida, é o destino se cumprindo.
A história continua, a estrada continua e, agora, eu quero por os pés nos chão.
Em um ano, quantas ruas, avenidas e praças atravessei? Quantas vezes subi e desci escadas? Quantas vezes segui sem notar o tempo, os transeuntes, os cães, a morada do mendigo? Quantas vezes segui sem noção de que o tempo está no meu encalço e de que a pressa só nos torna mais íntimos? Quantas vezes segui sem saber que estava sempre no mesmo lugar?
Hoje não. Atravessei a rua, segui ladeira acima e olhei para o céu, vi promessa de um dia quente; depois, olhando para baixo, vi meus pés. Um, depois o outro. Adiante, vi uma moça seguindo tão rápido quanto um segundo. Aí, vi a vida passando.
E vi que a vida pode ser simplesmente uma história de ruas e pontes, de estradas longas e atalhos, de escolhas, de erros e acertos, de seguir em frente e voltar atrás. Posso falar de quedas, de cicatrizes, de tropeços e medos, posso falar de palavras e cabelos ao vento, de encontros e despedidas, de sapatos novos, apertados ou com a forma do pé; posso falar de lugares onde nunca estive, de lugares onde deixei pegadas e que deixaram marcas em mim, de lugares onde volto sempre e de outros para onde não desejo voltar.
Hoje, não fiquei preocupada com o ano novo, com o recomeço, com a novidade, não esbarrei na pressunção de conhecer essa estrada ou no orgulho de uma trajetória enfeitada. Estamos todos a caminho, vamos seguindo para algum lugar diferente, para outras conquistas ou, simplesmente, estamos voltando para casa. 2017 não é outro ponto de partida, é o destino se cumprindo.
A história continua, a estrada continua e, agora, eu quero por os pés nos chão.