É, sou mesmo romântica. Ou ingênua, diz a autocrítica disfarçada de razão. Já o bom senso pede algumas palavras a mais, à guisa de justificativa. Então, neste domingo meio tenso, meio parado, resolvi usar o verbo para me expressar melhor. Para ser mais específica, resolvi usar o verbo para mostrar o meu descontentamento com a cena brasileira, sobretudo, com a maneira como as pessoas estão se relacionando.
Leio comentários, trechos de reportagens, maledicências, desaforos e, felizmente, também leio frases sábias, pedidos de calma, votos de amor e paz. É uma lástima que estas últimas sejam tão poucas. Há muita estupidez no ar, muito ego inflado, há falta de vontade de se colocar no lugar do outro, há egoísmo e, pior que tudo, há ódio declarado ou muito bem disfarçado.
Meu coração anda oprimido neste mundo virtual que sabe ser tão cruel. Internautas se imbuem de uma tal coragem, que se permitem digitar posts deselegantes num impulso, sem refletir. Eu também já digitei frases cheias de razão, conhecimento e fúria. A diferença entre mim e alguns sábios virtuais é que, passada a raiva, engolido o orgulho e respirando fundo, tão fundo que toco minha consciência e o meu coração, fica impossível clicar em: publicar. Sempre deleto. Fica apenas o exercício de desabafo e, depois, não fica nada. Pensando bem, sim, fica alguma coisa e é o que me comove, fica a tristeza.
O que posso fazer? Sou romântica, ingênua e o meu bom senso se cala para a leveza da alma. Não responder não é minha covardia, é apenas o meu jeito de mostrar que o silêncio é mais sábio e valioso. Mas, a tal ponto as notícias e comentários me tocam, que vou dormir me perguntando: será que essa pessoa que provoca, julga, condena e pune tão duramente vai dormir feliz? Será que, na calada da noite, congratula-se por ter razão e provas? Será que acorda com o coração leve e a alma lavada? Eu não.
Sinto-me parte de algo maior, como se todos nós fóssemos um único organismo, pulsando, existindo. Sinto isso quando medito e ouço pulsar o coração do mundo. É nele que me acolho. Por isso, acredito que tudo precisa funcionar para que o mundo fique bem. Não consigo ficar satisfeita se milhões de pessoas vivem em privação, sem paz, sem chão, sem dignidade, sem necessidades básicas atendidas. Por toda parte, vejo pessoas que carecem de um olhar, de um movimento, de uma mão e fico triste.
Sei que para alcançarmos justiça social é preciso que haja uma série de mudanças. No entanto, a melhor metáfora para o momento do país é um jogo de tabuleiro. Precisamos avançar dez casas, mas são lançados os dados e – decepção! – voltamos 12. Ninguém avança passando por cima de valores como justiça, paz, respeito, liberdade, ética e igualdade. Isso é retrocesso.
É, não sei se eu sou ingênua. Apenas não deixo que as pessoas e sua visão de mundo me definam. Minha paixão é que me define e eu sou Iêda, mulher de paz, amor e muita luta.
Leio comentários, trechos de reportagens, maledicências, desaforos e, felizmente, também leio frases sábias, pedidos de calma, votos de amor e paz. É uma lástima que estas últimas sejam tão poucas. Há muita estupidez no ar, muito ego inflado, há falta de vontade de se colocar no lugar do outro, há egoísmo e, pior que tudo, há ódio declarado ou muito bem disfarçado.
Meu coração anda oprimido neste mundo virtual que sabe ser tão cruel. Internautas se imbuem de uma tal coragem, que se permitem digitar posts deselegantes num impulso, sem refletir. Eu também já digitei frases cheias de razão, conhecimento e fúria. A diferença entre mim e alguns sábios virtuais é que, passada a raiva, engolido o orgulho e respirando fundo, tão fundo que toco minha consciência e o meu coração, fica impossível clicar em: publicar. Sempre deleto. Fica apenas o exercício de desabafo e, depois, não fica nada. Pensando bem, sim, fica alguma coisa e é o que me comove, fica a tristeza.
O que posso fazer? Sou romântica, ingênua e o meu bom senso se cala para a leveza da alma. Não responder não é minha covardia, é apenas o meu jeito de mostrar que o silêncio é mais sábio e valioso. Mas, a tal ponto as notícias e comentários me tocam, que vou dormir me perguntando: será que essa pessoa que provoca, julga, condena e pune tão duramente vai dormir feliz? Será que, na calada da noite, congratula-se por ter razão e provas? Será que acorda com o coração leve e a alma lavada? Eu não.
Sinto-me parte de algo maior, como se todos nós fóssemos um único organismo, pulsando, existindo. Sinto isso quando medito e ouço pulsar o coração do mundo. É nele que me acolho. Por isso, acredito que tudo precisa funcionar para que o mundo fique bem. Não consigo ficar satisfeita se milhões de pessoas vivem em privação, sem paz, sem chão, sem dignidade, sem necessidades básicas atendidas. Por toda parte, vejo pessoas que carecem de um olhar, de um movimento, de uma mão e fico triste.
Sei que para alcançarmos justiça social é preciso que haja uma série de mudanças. No entanto, a melhor metáfora para o momento do país é um jogo de tabuleiro. Precisamos avançar dez casas, mas são lançados os dados e – decepção! – voltamos 12. Ninguém avança passando por cima de valores como justiça, paz, respeito, liberdade, ética e igualdade. Isso é retrocesso.
É, não sei se eu sou ingênua. Apenas não deixo que as pessoas e sua visão de mundo me definam. Minha paixão é que me define e eu sou Iêda, mulher de paz, amor e muita luta.