Estou no mundo. E, estando, convivo e me encontro com as pessoas. Mas nem sempre. Há dias de ficar sozinha. Quisera que fosse lendo, meditando, assistindo a um filme bom na TV. Mas não, nesses dias, eu permaneço aqui, diante do computador e tudo o que encontro é trabalho.
Ontem, durante uma sessão de acupuntura, me peguei pensando sobre o que deveria fazer para aliviar o stress, que foi o diagnóstico da médica. Então, me deu vontade de rir, porque até a acupuntura, que devia ser relax, tornou-se um sacrifício. Foi um tal de acordar cedo, fazer uma caminhada apressada, acelerar a manhã toda, enviar os e-mails correndo, olhar para o relógio e não acreditar, chegar dez minutos atrasada e depois ficar elaborando uma lista das obrigações do dia. Só para aproveitar melhor o tempo.
Interessante foi dizer que não faltaria à sessão, porque era um tempo dedicado a mim mesma. Como assim? Onde estava o cuidado e o prazer de permanecer ali?
Em retrospectiva, entendo que nada, absolutamente nada tinha mais importância do que cuidar de mim. E o engraçado é que eu sei que, no final, tudo sempre dá certo, mesmo que eu alivie as urgências. Porque, então, eu cismo em cumprir prazos malucos e em fazer o impossível? Talvez para provar que consigo, talvez para ter assunto. Sei lá... Sei que isso, sim, é usar mal o tempo.
E que fique claro que não reclamo de ter trabalho. Amo o que faço e sou grata por fazer o que gosto. Só reclamo dos prazos. Pois, amanhã, eu juro que descanso.