segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Vida que passa

Um ano passa rápido. Uma gripe também passa.
O fim de semana passa rápido e a segunda-feira parece que se arrasta.
Mas não, segundas-feiras passam bem rápido. Quando você vê, já é terça.
E a terça-feira vai passar em 24 horas,
o que é muito rápido, porque um terço desse tempo, você vai passar dormindo.
Aliás, é assim que o sono passa e a noite acaba.
É rápido, como os ponteiros dos segundos.
Só é lento quando a gente prende a respiração num mergulho.

Adulto passa rápido, criança é tempo lento.
Bebês engatinham e, se querem colo, o percurso fica longo.
Bebês pesam, depois crescem e passam.
E toda mãe acha que foi rápido.

Gastar é rápido. Pagar é lento.
É como penitência, como cólica ou dor de dente,
lento como a noite de insônia e o arrependimento.
O consolo é lembrar que passa. 

A Terra gira rápido. O tempo também é rápido e deixa um rastro. Outras histórias.
Que podem ser rápidas, como contos, ou longas epopeias.
É preciso passar as páginas para entender a versão do tempo.
Cada ano que passa correndo é uma história que se escreve lentamente.

Galinha chocando, árvore crescendo, goiaba amadurecendo, rio manso,
boi no pasto, tudo parece parado, enquanto, na verdade, passa acelerado.
Ter saudade parece que não passa.
Aí, basta o tempo de um abraço.

Há tanto se passando agora mesmo: a primavera lá fora, a água na torneira,
o sol se pondo, o ônibus cheio, a moça na sala, o menino no quintal, um pássaro,
a nuvem lá no alto... Da janela, vejo a vida passando.
E lá se vai mais um dia, mais um mês, o ano todo.

Curtir é desacelerar.
É o que eu desejo para você no ano que está chegando.