O inverno chegou e quem é zen de verdade ou até quem é zen esforçado – entre os quais, eu me incluo – não pode deixar de reverenciar o fato. O inverno chegou e eu vi. Vi pelos brotos que despontaram na minha orquídea, vi pelos ipês cor-de-rosa nas ruas da cidade, vi pela árvore de flores escarlates. E fiquei feliz. O inverno é a minha primavera. E não é só pelas flores que eu digo, inverno e estação boa, é disposição, elegância, amadurecimento e apetite.
Algo sutil acontece no inverno e eu começo a perceber a sutileza. Ao contrário das árvores frutíferas – que são podadas nesta época – no inverno, a gente cresce. Deve ser porque ficamos mais quietos, mais introspectos. No inverno, as pessoas não hibernam, mas vão para dentro, e é aí que as grandes mudanças acontecem. Começa com um olhar bem de perto, que enxerga o que há de errado e de certo. Depois, há mais tempo e vontade de tentar algo diferente. As promessas de início de ano, não são nada se comparadas ao que se processa a partir do dia 21 de junho. Repara bem, repara que a mudança acontece.
Na minha fantasia, eu invento que o inverno é um senhor de barbas longas e que cheira a patchouli. Inverno é madeira de lei, é castanha e tem casca dura. Inverno é o tempo que não passa e a gente tem menos pressa de seguir. O inverno tem olhar manso, mas, rigoroso, exige disciplina e cuidado.
Chá, chocolate quente, pés frios, pão assando, cobertor, lenha, fogo, mãos que se esfregam, cachecol, quentão, a roupa bonita, caldo, torrada, tudo isso entra em cena, quando o inverno chega.
E o inverno chegou. Quero seguir assim, parando para ver os ipês floridos. Lindos. E dizer mais do que isso é perda de tempo. Ipê é beleza de calar. Quero ver a orquídea cheia de brotos florescer, porque há uma graça maior em ver as flores da planta que a gente cuidou. Eu verei. Há também uma árvore de flores escarlates, que é um espetáculo de sedução na Barragem Santa Lúcia. Ela fica numa curva e sua beleza é um psiu que convida o caminhante a olhar. Quase todo mundo tropeça, porque estica a vista e erra o passo. É assim, que eu vou andar, reparando que há beleza em volta.
É inverno no hemisfério sul, é o chamado inverno austral. Mas eu vou mudar isso, o meu inverno será um outro astral.
Algo sutil acontece no inverno e eu começo a perceber a sutileza. Ao contrário das árvores frutíferas – que são podadas nesta época – no inverno, a gente cresce. Deve ser porque ficamos mais quietos, mais introspectos. No inverno, as pessoas não hibernam, mas vão para dentro, e é aí que as grandes mudanças acontecem. Começa com um olhar bem de perto, que enxerga o que há de errado e de certo. Depois, há mais tempo e vontade de tentar algo diferente. As promessas de início de ano, não são nada se comparadas ao que se processa a partir do dia 21 de junho. Repara bem, repara que a mudança acontece.
Na minha fantasia, eu invento que o inverno é um senhor de barbas longas e que cheira a patchouli. Inverno é madeira de lei, é castanha e tem casca dura. Inverno é o tempo que não passa e a gente tem menos pressa de seguir. O inverno tem olhar manso, mas, rigoroso, exige disciplina e cuidado.
Chá, chocolate quente, pés frios, pão assando, cobertor, lenha, fogo, mãos que se esfregam, cachecol, quentão, a roupa bonita, caldo, torrada, tudo isso entra em cena, quando o inverno chega.
E o inverno chegou. Quero seguir assim, parando para ver os ipês floridos. Lindos. E dizer mais do que isso é perda de tempo. Ipê é beleza de calar. Quero ver a orquídea cheia de brotos florescer, porque há uma graça maior em ver as flores da planta que a gente cuidou. Eu verei. Há também uma árvore de flores escarlates, que é um espetáculo de sedução na Barragem Santa Lúcia. Ela fica numa curva e sua beleza é um psiu que convida o caminhante a olhar. Quase todo mundo tropeça, porque estica a vista e erra o passo. É assim, que eu vou andar, reparando que há beleza em volta.
É inverno no hemisfério sul, é o chamado inverno austral. Mas eu vou mudar isso, o meu inverno será um outro astral.