segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Um dia daqueles

Qualquer um tem. Eu também. E foi hoje, segunda-feira, dia 16 de agosto, o meu "dia daqueles". Daqueles que a gente quer esquecer, daqueles a respeito dos quais não é bom falar, daqueles que a gente gostaria que virassem fumaça, algo insignificante, pequenino, um nada.

Falando assim, percebo o ridículo da situação. A vida em si já é tão fumaça que passa, já tem tanto sem-graça. Por que tratar de irrelevâncias?

Fecho os olhos e respiro. Então, uma risada brota no fundo do meu peito. Acho estranho o som cristalino. Fico sem graça como quem ri na igreja. Tão séria e, agora, explodindo em risada?... E passou! Não há choro nem vela. Estou leve agora.

A propósito, gosto de uma frase de Clarice Lispector, que convida a confiar: "faz de conta que estou deitada na palma transparente da mão de Deus". É bom o conforto dessa imagem.

Agora, vou tomar chá de alecrim e assistir a um filme na TV, com direito a cafuné e meia de lã esquentando os pés. É assim que eu sou zen-humorada num dia daqueles.