18:00 horas. Horário do rush. Estávamos numa avenida congestionada com a intenção de pegar um táxi. Não demorou muito. Entramos e pedimos desculpas, porque o trajeto seria curto. Meio quarteirão depois, uma curva à direita nos leva ao pé da ladeira. O carro encarou a subida com a garra que nos faltou. A estratégia era esta: pegar um táxi para subir os dois quarteirões que desafiariam o nosso fôlego. Ocorre que os ganhos foram outros e deu vontade de esticar a viagem.
Pra começo de conversa, o motorista disse que não se importava com a corrida curta. Emendou que a única coisa que o incomoda é conversa desrespeitosa, temas contrários aos seus valores. Fazia sentido. Contou que tem um amigo maravilhoso, que vive de bem com a vida. Quando os outros têm de encarar uma barra pesada, ele diz: "Vai, é estratégia de Deus". Eu e minha amiga rimos e demos corda para o assunto.
A carro subia lentamente e ele citava exemplos de como os desafios podem ser mesmo uma estratégia de Deus. Entendi a frase como um outro modo de colocar otimismo na vida. Vale a pena pensar que, por trás de dores, sofrimentos e frustrações, existe algo maior se concretizando. Besteira? Ora, aquele homem já aprendeu que besteira é lutar contra os fatos. Não vivo rindo à toa, mas confesso que não aguento gente que reclama e se lastima a toda hora. Isso é, no mínimo, chato. Eu não aguento. Ou será aguento? É só pensar: "É uma estratégia de Deus.