quinta-feira, 7 de abril de 2011

Rota de mudança

Quando se parte em busca do novo, entra-se em sintonia com o mundo das possibilidades. É quando a gente pode dizer: algo vai acontecer. De um jeito ou de outro, algo vai acontecer.

Vivo um momento assim. Parti em busca de algo novo. Sai da zona de conforto. Tudo bem, porque, nessas horas, o conforto é diferente. Se mudar é assustador, é também sinal de vida. Eis aí o que há de reconfortante. A aventura de viver inclui mudar, inovar, resgatar, sair do lugar...

Colocar-me a caminho e entrar numa rota de mudança é o único jeito que eu conheço de fazer o sonho juntar-se à realidade, de combinar causa e efeito, de somar razão à emoção.

Estou investindo em novos hábitos, em outros cuidados com o corpo e com a alma. Isso quer dizer: meditação, acupuntura, florais, manter-me no controle e ser capaz de cuidados especiais, como pintar as unhas, me enfeitar, colorir a cena.

Parece simples, mas envolve muito. Às vezes, eu me espanto, quero desistir, mas peguei um caminho que não tem mais volta. Aquela que eu era, já não é mais. Então quem sou eu agora? Vem-me uma imagem e, nela, eu sou apenas uma largata presa no casulo, acreditando que pode voar alto. O jeito é aguardar a hora de sair pa-ci-en-te-men-te.

Estar no casulo me remete a outro acolhimento: "Faz de conta que estou deitada na palma transparente da mão de Deus." E quem disse isso foi Clarice.