Que graça tem escolher a roupa que vai vestir ao mesmo tempo em que escova os dentes? Que graça tem tomar banho pensando na frase certa para o trabalho com prazo apertado? Que graça tem coar café, lavar a louça e molhar as plantas simultaneamente? Que graça tem tomar café em pé e sair correndo? Que graça tem levar o livro para ler enquanto caminha? Que graça tem encontrar com as amigas, tecer apenas uma flor e com pressa? Que graça tem ficar pensando no computador que ficou ligado, esperando para o trabalho até altas horas? Ora, que graça tem isso?
Antes de ficar com muita peninha de mim, respondo: muita graça!
Não é assim a minha vida. É uma questão de momento. Haverá sempre dias de paz, dias de calma, de banho demorado, meditação, café sem pressa, um livro inteiro curtido na cama. Sempre há dias de trabalho bem pensado, pesquisado, prazeroso e dias de encontros demorados. Vivendo pressão e pressa nos últimos meses, estou admirada com a minha capacidade de responder à vida com flexibilidade. E quanta! Estico-me daqui e dali para dar conta do recado. Ótimo, depois eu me satisfaço com a glória de ter feito tudo pra dar certo.
Ficar reclamando? Ora, tem graça!...