quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quase chove

O vento soprou forte, algumas nuvens apareceram, mas logo se dispersaram. O ar ficou parado e a poeira ficou suspensa. Uma palavra traduz tudo: sufoco. Quase choveu, mas não foi ontem ainda. Dias assim me lembram alguns momentos da vida, quando tudo fica parado e não pinga nem mesmo uma alegriazinha.

Clarice Lispector já escreveu sobre esta necessidade de chuva no livro Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. A personagem sofre com a secura e o calor num final de dia e a catarse dar-se assim:

"Ela só percebe que agora alguma coisa vai mudar, que choverá ou cairá a noite. 
Mas não suporta a espera de uma passagem, e antes da chuva cair, o diamante dos olhos se liquefaz em duas lágrimas. E enfim o céu se abranda."

Queria saber a dança da chuva. Quem sabe a vida ia chover novidade?