Ele é um bom exemplo para a palavra surpreendente. O jeito formal esconde descontração. Sabe contar piadas e, quando termina, não dá risada. Então, a gente acha a maior graça. Só porque não tem. Mas se é o contrário, se a piada que a gente conta carrega na gíria ou no português difícil, ele leva muito a sério e só ri quando ouve a explicação e entende. Tempo suficiente pra qualquer um perder graça. Nenos ele. Outro dia, falei sobre um texto que relaciona as vantagens de ser bobo, aquele autêntico, mistura de ingênuo e inteligente, de espontâneo e discreto, um tipo de bem com a vida. Pois ele é assim. Por isso, vale a pena falar desse alemão que eu conheci.
Não exagero. Quer saber o tanto que ele é bobo sábio? No Natal, não gastou nem tempo nem dinheiro com presentes. Em casa, tricotou cachecóis para as filhas que moram fora. Como queria fazer surpresa para a esposa, levou o dela para tricotar no trabalho. Quando soube, me perguntei: "Como assim, esse profissional tão sério? Quando foi que ele aprendeu a tricotar? Será que não ficou com vergonha?" Depois entendi. Autenticidade não copia nem teme os outros, ousa tecer o diferente.
Leitor dos meus textos, a esta hora, ele deve estar pensando: como foi que eu vim parar aqui? Respondo agora: como exemplo. Ele tem atitudes que inspiram. Observando-o, aprendo que não adianta buscar a felicidade sem saber que ela é diferente – a minha é uma, a sua é outra. E a busca é independente. Aprendo também que devemos esquecer os modelos. De tudo. Para a perfeição de um ser, a originalidade tem que falar mais alto. E não pode haver expectativas ilusórias com relação aos companheiros. Não havendo, também não haverá cobrança. A minha graça não tem que acompanhar a sua. O meu dom para mudar o script não pode te incomodar, porque todo mundo tem o seu dom específico. Eu acredito nisso, mas ele mostrou que vive com mais afinco.
Deixei para o final o mais importante: ele tem o dom da conciliação. Para mim, isso significa entender profundamente. Neste homem que surpreende, talvez o coração seja o mais surpreendente. E falo baixo. Pode ser que ele ainda não saiba disso e se assuste. Psiu!
Talvez, um dia, eu conte outros casos interessantes deste meu cunhado. Hoje, paro por aqui. Fica o convite: "Vem tricotar com a gente!"
Não exagero. Quer saber o tanto que ele é bobo sábio? No Natal, não gastou nem tempo nem dinheiro com presentes. Em casa, tricotou cachecóis para as filhas que moram fora. Como queria fazer surpresa para a esposa, levou o dela para tricotar no trabalho. Quando soube, me perguntei: "Como assim, esse profissional tão sério? Quando foi que ele aprendeu a tricotar? Será que não ficou com vergonha?" Depois entendi. Autenticidade não copia nem teme os outros, ousa tecer o diferente.
Leitor dos meus textos, a esta hora, ele deve estar pensando: como foi que eu vim parar aqui? Respondo agora: como exemplo. Ele tem atitudes que inspiram. Observando-o, aprendo que não adianta buscar a felicidade sem saber que ela é diferente – a minha é uma, a sua é outra. E a busca é independente. Aprendo também que devemos esquecer os modelos. De tudo. Para a perfeição de um ser, a originalidade tem que falar mais alto. E não pode haver expectativas ilusórias com relação aos companheiros. Não havendo, também não haverá cobrança. A minha graça não tem que acompanhar a sua. O meu dom para mudar o script não pode te incomodar, porque todo mundo tem o seu dom específico. Eu acredito nisso, mas ele mostrou que vive com mais afinco.
Deixei para o final o mais importante: ele tem o dom da conciliação. Para mim, isso significa entender profundamente. Neste homem que surpreende, talvez o coração seja o mais surpreendente. E falo baixo. Pode ser que ele ainda não saiba disso e se assuste. Psiu!
Talvez, um dia, eu conte outros casos interessantes deste meu cunhado. Hoje, paro por aqui. Fica o convite: "Vem tricotar com a gente!"